Ivan Sant’Anna: Qual o candidato menos ruim?
Por Ivan Sant’Anna, da Inversa Publicações
Hoje o PDT vai oficializar a candidatura de Ciro Gomes à Presidência. E quem é o PDT? Trata-se do partido de Carlos Lupi, aquele que foi exonerado do Ministério do Trabalho, no governo Dilma, por ter assinado contratos irregulares com ONGs suspeitas de corrupção.
Como se não bastasse, Ciro chamou uma promotora de São Paulo de “filho da puta” (ele pensou que se tratava de um homem) por tê-lo processado por injúria racial.
Mas deixemos o Ciro Gomes de lado, porque já falei muito dele na Warm Up de ontem.
Quem é o primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto?
Lula.
Preso e condenado em segunda instância a 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, se for solto ou posto em prisão domiciliar antes do fim da campanha eleitoral o ex-presidente vai batalhar pelo candidato do PT, seja ele Fernando Haddad, Jaques Wagner ou outro de sua turma.
Mas será que, condenado, mesmo de casa, pode gravar pronunciamentos?
Acho que no Brasil pode. Aqui pode tudo. Tem até deputado federal que dorme na Papuda e trabalha (e vota, e discursa da tribuna) no plenário da Câmara durante o dia – deve ser o único que detesta o recesso parlamentar.
Marina Silva está no páreo. Terá 13 segundos de TV no horário eleitoral.
Repetindo uma declaração recente da candidata:
“Se tivéssemos as informações que foram trazidas pela Lava-Jato, com certeza a maioria da população não teria votado, declarado apoio, nem na Dilma, nem no Aécio. Porque ambos eram praticantes do mesmo…” – a frase teria parado aqui.
O que será que, na visão de Marina, os dois praticavam?
Por outro lado, se Marina falasse durante uma hora na TV os telespectadores cortariam os pulsos.
Jair Bolsonaro? Os partidos estão fugindo dele como o diabo da cruz. Não consegue nem um companheiro de chapa. E olhe que companheiros de chapa têm futuro no Brasil: José Sarney, Itamar Franco, Michel Temer… Fora os de antigamente: João Goulart, Café Filho, Delfim Moreira, Nilo Peçanha etc.
Até agora Bolsonaro amealhou dez segundos de televisão, o suficiente para declarar:
“Quando eu estiver na Presidência, todos os cidadãos de bem poderão adquirir armas, bandido bom será bandido morto, vou pôr no mínimo dez generais no…” Onde será que ele vai pôr 10 generais?
Quem está deitando e rolando é Geraldo Alckmin. Se conseguir o apoio do DEM e do MDB (que costumam ser aliados naturais de quem tem chance, e se eles forem aliados ele terá chance), poderá ter um terço do tempo da TV.
Alckmin ainda está querendo o apoio do PTB. Sim, PTB, não o lendário PTB de Getúlio Vargas, mas o de Roberto Jefferson, aquele que deu início ao Mensalão quando um funcionário dos Correios apareceu recebendo 30 mil reais em dinheiro e confessando que a grana era para Jefferson.
Roberto Jefferson é pai da deputada Cristiane Brasil, aquela que quase foi ministra do Trabalho mesmo tendo sido condenada pela Justiça do… Trabalho.
É dessa turma que a gente vai pinçar nosso candidato.
E já que não há coisa melhor, vamos torcer para que vença um liberal reformista. Talvez um picareta. Mas picareta com ideias modernas para que o Brasil não se ferre de vez.