Opinião

Ivan Sant’Anna: Parece até bruxaria

19 mar 2019, 19:30 - atualizado em 19 mar 2019, 19:30

Nota do editor: Mais uma vez o Ivan compartilha sua visão do mercado, um dia após o Ibovespa romper a marca histórica dos 100 mil pontos. Mas, antes de você ler eu quero lembrar que o Ivan é o protagonista de um documentário da Inversa, no qual vai revelar os bastidores da criação do mercado de capitais no Brasil. Em “Ivan: A história proibida do mercado financeiro”, ele compartilha histórias que presenciou ao longo de seus quase 40 anos como trader. Veja aqui o trailer e não perca a estreia amanhã.

Por Ivan Sant’Anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

Caro leitor,

Ontem eu estava tomando café na cozinha quando Ciça, minha mulher, chegou e disse:

“Em meio a tanta notícia ruim, chegou uma boa. O Antagonista acaba de noticiar que o Ibovespa ultrapassou os 100 mil pontos.”

Pensei cá comigo: “Se lá se foram os 100 mil, então as notícias não eram ruins. No máximo, irrelevantes ou interpretadas de modo equivocado pela imprensa.”

Mesmo assim, fui dar uma olhada nos principais fatos do dia.

“Como está, o governo Bolsonaro termina em seis meses”, afirmou Olavo de Carvalho, o Rasputin (“Rasputin” não saiu em lugar nenhum; é rótulo de minha verve) dos Bolsonaro.

“Se a reforma da Previdência não for aprovada no primeiro semestre, o mercado pode começar a questionar se o governo conseguirá, ou não, implantá-la”, declarou Octávio de Lazari, presidente do Bradesco.

“Bolsonaro tem o menor índice de aprovação desde sua posse”, foi o resultado de uma pesquisa.

(O melhor curso para aprender a investir já está disponível. Assista aqui a esses vídeos e aprenda a dar os primeiros passos.)

Honestamente, não achei nada que pudesse, fundamentalmente, lançar a Bolsa em novos highs. Só que a tendência é formada pela maioria ponderada dos investidores. Se ela acha que vai subir, sobe. E, se sobe, as notícias são boas. Eu é que não estou sabendo interpretá-las corretamente.

Quando, em abril de 1995, deixei a linha de frente do mercado, para escrever Os mercadores da noite, continuei acompanhando as cotações por alto, não raro apenas uma vez por dia.

(Descobri quais são as ações com maior potencial de valorização na Bolsa neste novo ciclo de alta. Veja você também quais são.)

Se, por exemplo, dava na TV que um estudante empunhando um fuzil metralhadora entrou no campus de uma universidade do Texas e saiu atirando a esmo, matando alunos e professores, eu consultava rapidamente o Dow Jones e o S&P. Se estes não se mexiam, era sinal de que o evento se tratava de rotina estudantil, como realmente é.

A redação da CNN tem até um protocolo de procedimento para esses casos.

Com o advento dos smartphones, basta um pequeno arrastar de polegar na tela do aparelho para saber, quando sai alguma notícia, se ela é neutra, boa ou má para a Bolsa de valores. Isso quando a notícia não é a própria Bolsa, como foi o caso de ontem.

“Oh!, rompeu os 100 mil.”

“Claro, estava em 99 mil e lá vai fumaça. Uma hora tinha de romper ou reverter. Rompeu.”

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