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Ivan Sant’Anna: O pecado da coerência para o investidor

30 abr 2019, 13:23 - atualizado em 30 abr 2019, 13:23

Por Ivan Sant’anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

Nota do editor: O mercado acionário atravessa um momento de bastante volatilidade, ao sabor do noticiário. No entanto, a equipe da Inversa, monitorando todos os movimentos, encontrou as três ações com maior potencial para valorização neste momento. Clique aqui e veja quais são.

Caro leitor,

Como incentivo os leitores a me escrever, e muitos fazem isso, volta e meia alguém reclama de contradições de minha parte.

Ivan, você não disse que a Petrobras era para ser vendida? E depois para ser comprada. Assim você me desnorteia. Como posso acreditar em seus textos?”

Ou

“Assim não dá, cara. Ora você é a favor de Bolsonaro. Parece um olavete. Ora desce o malho no capitão, que nem um petralha. Qual é o verdadeiro Ivan Sant’Anna?”

Explico:

Coerência é um dos maiores erros de um investidor, seja ele profissional ou amador. Se o mercado muda a todo instante, quem quer ganhar dinheiro nas Bolsas e futuros, tem de mudar com ele.

Vejamos alguns exemplos:

Por ocasião de sua posse na Presidência, Jair Bolsonaro declarou-se firmemente a favor da livre iniciativa, do enxugamento do Estado, da reforma da Previdência e das privatizações.

Mais tarde se meteu no preço do óleo diesel, começou a arrear as calças para os congressistas contrários à PEC da Previdência, antes mesmo que eles fizessem suas exigências, e até se meteu em um comercial do Banco do Brasil (de muito mau gosto, é verdade – duvido que o Itaú ou Bradesco produzissem coisas parecidas).

Como se não bastasse, o capitão-presidente brigou, através de seu filho Carlos, com o vice-presidente Hamilton Mourão. Brigou, “desbrigou”, brigou de novo, “desbrigou” de novo com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

Nesse caso, é impossível um trader ser coerente, se os fatos dão um cavalo de pau.

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Se você achou a Boeing um bom investimento, e comprou ações da empresa depois que a Airbus desistiu de produzir o A-380, deve, ou pelo menos deveria, ter liquidado sua posição após um 737 Max (projeto novíssimo) da Lion Air ter mergulhado no mar de Java minutos após ter decolado do aeroporto internacional de Jacarta.

Quando, poucos meses mais tarde, outro 737 Max da Boeing, este pertencente à Ethiopian Airlines, caiu do mesmo modo após partir de Adis Abeba, era para um especulador de respeito ficar short nas ações da empresa.

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Durante meus longos anos de trader, cansei de ver colegas insistirem na ponta errada do mercado, apenas para serem coerentes consigo mesmo.

“Ah, eu comprei cacau futuro por causa da alta da libra esterlina (essa história é verídica). Sempre que a libra sobe, o cacau cotado em dólares na CSCE sobe junto”

Como a libra continuou subindo, e o cacau não, o cara me saiu com essa:

“Quem sabe não vai ocorrer uma seca na Costa do Marfim (principal produtor)?”

“Meu chapa (dessa vez, não resisti), se você apostava na alta do cacau apenas por causa da libra, por que diabos não comprou contratos de libra na IMM em Chicago?”

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Um abraço,

Ivan Sant’Anna

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