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Ivan Sant’Anna: O Brasil está à venda?

29 out 2019, 14:12 - atualizado em 29 out 2019, 14:12
O namoro do capitão Jair era com o presidente Donald Trump. Para este, sim, o mercado tupiniquim estaria aberto (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Por Ivan Sant’Anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

Caro leitor,

Durante a campanha eleitoral de 2018, o então candidato Jair Bolsonaro cansou de repetir que os chineses poderiam comprar “no” Brasil mas não “o” Brasil.

Com isso ele quis dizer, penso eu, que, caso fosse o vencedor das eleições, trabalharia para que os chineses continuassem a importar produtos brasileiros, mas não que desembarcassem aqui para explorar reservas minerais ou fazer obras de infraestrutura, tais como produção e distribuição de energia elétrica, construção de portos, aeroportos, hidrovias e ferrovias.

O namoro do capitão Jair era com o presidente Donald Trump. Para este, sim, o mercado tupiniquim estaria aberto. Só faltou combinar com os russos, ops, quero dizer, com os norte-americanos. Acho que Trump não dá a mínima para o Brasil, one of those Latin-Americans south of the Rio Grande.

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Quando, na Assembleia Geral da ONU, Jair Bolsonaro, ao esbarrar num dos saguões do prédio das Nações Unidas com o colega norte-americano, lascou um I love you, não recebeu de volta um I love you too.

Tenho a impressão de que Donald Trump nem sabe dizer de cor o nome de Bolsonaro. E, se sabe, deve pronunciar algo como “Bouzounaruu” ou coisa parecida.

Mas, cumprindo seu papel de defensor dos Estados Unidos, Trump soube negociar direito com o Brasil. Em troca de abandonarmos nossos privilégios de país em desenvolvimento na OMC, prometeu trabalhar para que fôssemos admitidos no clube dos países ricos e desenvolvidos, a OCDE, sigla da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Suprema humilhação, indicou a Argentina em vez da gente.

Acho que Jair Bolsonaro aprendeu a lição. Agora em viagem à China, tratou de pôr panos quentes naquelas declarações pré-eleitorais.

Numa reunião de cúpula com o presidente Xi Jinping, o assunto foram os investimentos chineses no Brasil. Eles são nossos maiores parceiros comerciais. Como se isso não bastasse, a balança é superavitária para o lado de cá.

Os chineses são os grandes investidores externos do planeta. Todo mundo corre atrás deles. Representam os Estados Unidos de algumas décadas atrás.

Se o recém-iniciado namoro de Brasília com Pequim se transformar em casamento, poderá ser o elo que faltava para nossa economia deslanchar e partirmos para um ciclo de prosperidade.

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