Opinião

Ivan Sant’anna: Nossa última viagem

12 dez 2018, 14:15 - atualizado em 12 dez 2018, 14:15

Ivan Sant’anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

Nota do editor: Na edição desta quarta-feira, o Ivan fala sobre a importância de planejar os investimentos para garantir uma aposentadoria tranquila ou até com direito a luxos, como um cruzeiro pelo mundo. E quem está ensinando uma forma de investimento pouco conhecida mesmo por quem já investe é o Marink Martins, no seu clube dos Ganhos Absolutos. Acesse aqui e conheça melhor essa opção que vai te ajudar a fazer seu patrimônio crescer.


Caro leitor,

Em boa parte das newsletters publicadas pela Inversa, incluindo as minhas, é ressaltada a importância de se fazer investimentos para a aposentadoria. Uma coisa é certa: na do INSS não se pode confiar. Está convergindo para o salário mínimo. E um dia ficará abaixo dele.

Pior, em alguns projetos de Reforma Previdenciária, corta-se a pensão do cônjuge que sobrevive à morte do(a) cara-metade. Isso como se, ao morrer uma pessoa, os custos se reduzissem à metade.

Sem ter feito nenhum cálculo mais elaborado, eu diria que caem no máximo uns 25%.

A taxa de condomínio, por exemplo, permanece a mesma, assim como o IPTU e outras despesas que independem de quantas pessoas moram na casa. Isso sem contar que, à medida em que se envelhece, os gastos farmacêuticos aumentam bem mais do que a inflação.

Como, segundo o IBGE, a expectativa de vida de um homem brasileiro é de 72,9 anos, estou tecnicamente morto. Para ser mais preciso, faleci na segunda-feira 9 de abril de 2012. Estas palavras deveriam estar sendo tecladas do Além.

Pois bem, como infelizmente não tenho como saber quando o inevitável desenlace irá acontecer, faço as contas meio que no chute. Sei que dificilmente passarei dos 100, mas creio que tenho ótimas chances de chegar aos 80, já que tenho 78 anos e 210 dias.

A coisa complica ao lembrar que Ciça, minha mulher, é nove anos mais moça do que eu, com o “agravante” de que elas vivem seis anos e seis meses a mais do que os homens.

Como, ao viver além da tabela, sabotei as estatísticas, e pode ser que Ciça sabote também, precisamos ter uma poupança para pelo menos mais 25 ou 30 anos. Se um de nós cismar de querer ser centenário, ferrou.

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O cônjuge que sobrar terá de morar em um quarto e sala de um conjunto habitacional em Olaria (com todo o respeito), perto do hospital público Getúlio Vargas e se conformar em passar longas noites na fila do ambulatório.

Bem, chega de desgraça. Vamos falar de coisas boas. Como trabalho desde 1958, quando tinha 18 anos, e estou em plena forma mental (física, nem tanto), continuo driblando os cálculos de probabilidades. Mês após mês, ano após ano, ganho mais do que as despesas, embora para isso tenha de trabalhar de segunda a domingo.

Até alguns dias atrás, tinha certeza de que minhas previsões atuariais estavam certas. As contas iriam fechar. Mas eis que Ciça e eu começamos a estudar a hipótese de fazermos uma viagem de volta ao mundo, num transatlântico de luxo, em 2020. Já até examinamos osfolders.

Imaginem só. Gênova, Marselha, Barcelona, Lisboa, Ilha da Madeira, Salvador (uuuhhh), Rio de Janeiro (uuuhhh), Montevidéu, Buenos Aires, Ushuaia, Punta Arenas, Valparaiso, Arica, Callao, Hanga Roa, Taiti, Nova Zelândia (quatro portos), Austrália (quatro portos), Ilhas Darwin, Singapura Colombo, Bombaim, golfo de Aqaba, Canal de Suez, Gênova. Exatamente 119 dias e 118 noites a bordo.

Vai custar os olhos da cara.

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Durante o cruzeiro, pretendo continuar a escrever, sejam as crônicas diárias normais, sejam os capítulos de um novo livro.

Vai ser nossa última viagem. É claro que não pretendemos amarrar halteres nos pés e saltar da amurada do navio para as águas azuis do Mediterrâneo no penúltimo dia de cruzeiro. Nem morrer ao chegar de volta ao Rio.

Só que, a partir daí, viagens ao exterior só de vez em quando, para visitar filhos e netos que moram na Europa, viajando em poltrona do meio de classe cachorro de uma empresa aérea low fare.

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