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Ivan Sant’Anna: mais um ano do touro na B3

19 dez 2019, 10:22 - atualizado em 19 dez 2019, 10:22
B3 Mercados
É verdade que ainda faltam seis dias de pregão e algo totalmente inesperado sempre pode acontecer (Imagem: B3/Youtube)

Caro leitor,

Desde 1958, quando, aos 18 anos de idade, comecei a acompanhar o mercado brasileiro de ações, poucas vezes vi uma performance tão sólida da Bolsa de Valores como a deste ano de 2019.

É verdade que ainda faltam seis dias de pregão e algo totalmente inesperado sempre pode acontecer. Só nessa hipótese, o bull market tem chance de sofrer uma reviravolta antes do início de 2020.

Tal como sempre acontece, neste período de fim de ano o movimento da B3 deverá cair. Muitos traders aproveitarão os feriados de Natal e Ano Novo para tirar férias sem perder muitos dias úteis.

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Na Warm Up Pro do primeiro dia útil deste ano que agora se encerra, distribuída aos assinantes na segunda-feira 03.01.2019, a Inversa publicou um texto escrito por mim na véspera com o título “O Ibovespa já fez a mínima de 2019”.

Vale a pena transcrevê-lo:

“Isso mesmo, amigo leitor. Você não leu errado. Em minha opinião, o Ibovespa já fez a mínima deste ano ao ser cotado ontem, logo após a abertura, a 87.535, ligeira queda de 0,05% sobre o fechamento de sexta (dia 28 de dezembro de 2018, último dia do governo Michel Temer).

‘Mas como, Ivan (talvez você esteja pensando que eu pirei), como é que você tem a cara de pau de dizer, no dia 3 de janeiro, que o Ibovespa já assinalou o low do ano?

Feeling, puro feeling. É só o que consigo responder. Feeling. Trata-se de algo que só senti umas dez vezes nesses 60 anos nos quais acompanhei os mercados. Dessas dez, acertei umas oito.”

Do low do primeiro pregão do ano até o high de ontem, quarta-feira, 18 de dezembro de 2019, o Ibovespa subiu 30,57%.

Três razões motivaram o bull market versão 2019:

1- Aprovação, pelas duas casas do Congresso Nacional, da reforma da Previdência, com uma economia de mais de 800 bilhões de reais nos próximos dez anos.

2- Recordes nos índices Dow Jones, Nasdaq e S&P500 no mercado americano de ações.

3- Redução sistemática das taxas de juros, promovidas nas reuniões do Copom ao longo do ano, de modo que se aproximaram de zero. Em alguns fundos de renda fixa, em função da cobrança de taxas de administração, a taxa já é negativa.

As perspectivas da Bolsa brasileira para 2020 continuam as mesmas. Tudo indica que será mais um ano de bull market.

Não há o menor sinal de que a era dos juros baixos, ou até mesmo negativos (como no Japão, Alemanha, Suíça e diversos outros países), esteja se aproximando do fim.

Se a ela se juntar uma recuperação lenta e gradual da economia brasileira, como os dados recentes mostram que está acontecendo, as ações ainda irão dar muita alegria.