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Ivan Sant’Anna: Jogando para perder de pouco

03 jul 2019, 16:56 - atualizado em 03 jul 2019, 17:30

Por Por Ivan Sant’Anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

Caro leitor,

O valor dos investimentos com taxas de juros negativas ao redor do planeta atingiu um recorde de US$ 9 trilhões. É gente que joga para perder de pouco. São centenas de milhões de pessoas que atuam na retranca, esperando salvar alguma coisa para a velhice.

Trata-se de um processo constante de descapitalização.

“Minha vida tem de terminar antes do meu dinheiro”¸ seria a filosofia desses melancólicos “investidores”.

Outros aplicam a taxas de juros abaixo da inflação de seus países. Nos Estados Unidos, por exemplo, os títulos de cinco anos do Tesouro estão rendendo 1,75%, contra uma inflação anual de 1,80%.

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Na Grã-Bretanha, os papéis de cinco anos do Banco da Inglaterra (BoE) rendem 0,52% ao ano, contra um custo de vida (também anual) de 2,1% (2018).

Ontem, o banco central da Austrália reduziu sua taxa básica para 1%, o menor nível de todos os tempos, que agora passa a perder para a inflação: 1,3%.

Por que será que o Brasil não consegue captar boa parte desse dinheiro? Caramba! No momento nossa taxa Selic está em 6,5% ao ano, contra um IPCA estimado em 3,80% (2019) e 3,91% (2020).

A resposta é simples: ausência de credibilidade no país e, por conseguinte, em sua moeda. De que adianta ganhar em reais se o real perder valor frente ao dólar?

Essa falta de confiança nos mercados que dão retorno positivo (se desconsiderarmos a variação cambial) faz com que os gestores internacionais comprem, por exemplo, ouro e iene japonês.

Além de o ouro não render nada, se o investidor adquirir o metal físico terá de arcar com as despesas de custódia. Se recorrer ao mercado futuro, haverá o custo de rolagem, já que a mercadoria trabalha em contango (futuros mais caros do que o spot).

Só que há um bônus de extrema relevância. Uma vez que o ouro vem se valorizando, acaba rendendo mais do que diversas aplicações de risco. Nos últimos doze meses, por exemplo, foram 12,20%. Em dólares, bem entendido.

O mesmo aconteceu com o iene, em menor proporção. Subiu 1,94%, contra o dólar, de julho de 2018 até hoje, compensando amplamente os investidores na moeda japonesa que aplicaram em obrigações a taxas negativas de 0,25% (papéis de dois anos).

A conclusão é mais do que óbvia. Em tempos de contração econômica mundial, os investimentos-refúgio se tornam boas aplicações.

Gostou? Então, envie a sua opinião para [email protected].

P.S.: O compromisso de Helena Margarido de dobrar o investimento de seus seguidores foi atingido, mas a febre das moedas virtuais está só começando. Entre aqui para saber como pegar a próxima onda.

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