Ivan Sant’Anna: Gerontocracia americana
Caro leitor,
Ontem, num pregão encurtado por causa do feriadão de 4 de julho (Independence Day), tanto o índice Dow Jones Industrial, da Bolsa de Valores de Nova York, como o S&P500 fizeram máximas históricas.
Hoje, os mercados não funcionam e amanhã a liquidez é mínima porque lá, tal como aqui, as pessoas enforcam esses dias úteis espremidos.
De agora até a primeira segunda-feira de setembro, quando os americanos celebram o Dia do Trabalho ( Labor Day), transcorre uma pasmaceira nos negócios, semelhante ao que acontece no Brasil entre as vésperas do Natal e do Carnaval.
Nos Estados Unidos, essa época é também conhecida como Driving Season. Os carros dos veranistas entopem as estradas.
Em Wall Street e Chicago, o movimento dos mercados cai muito. Só volta a crescer no dia seguinte ao Labor Day: de setembro.
Dois meses mais tarde, em 3 de novembro, quando faltará exatamente um ano para as eleições de 2020, inicia-se o aquecimento para a corrida presidencial.
Do lado republicano, Donald Trump deverá se candidatar à reeleição, como é de praxe. Nas hostes dos oposicionistas democratas, há uma salada de pretendentes à Casa Branca, salada essa que abrange todos os vieses ideológicos, desde conservadores até políticos de esquerda, coisa rara (se não inédita) por lá.
Embora seja meio cedo para esse tipo de especulação, no momento os favoritos para encarar Trump são o ex-vice-presidente Joe Biden e o socialista Bernie Sanders.
Supondo que o mandato presidencial 2021/2025 será exercido por um desses três (Trump, Biden ou Sanders), teremos a continuação de uma linhagem geriátrica na presidência americana.
No dia da posse, 20 de janeiro de 2021, Donald Trump terá 74 anos; Joe Biden, 78; e Bernie Sanders, 79. Ao término do mandato, respectivamente 78, 82 e 83.
Prevalecendo uma dessas três hipóteses, os Estados Unidos serão governados por um ancião. Algo como uma gerontocracia. Digo isso com certo desconforto porque sou mais velho do que os três.
Ao contrário das últimas eleições presidenciais, quando a disputa não girou basicamente entre os adeptos e os críticos de Barak Obama, desta vez será um confronto entre os que admiram Donald Trump e os que o odeiam. Já vimos esse filme aqui no Brasil.
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Um abraço.