Opinião

Ivan Sant’Anna é comunista, fascista ou pensador independente?

20 mar 2019, 13:03 - atualizado em 20 mar 2019, 13:03
“Já em se tratando de divisão de renda, fico à esquerda de Karl Marx”

Nota do editor: ATENÇÃO! Assista agora à estreia do documentário “Ivan: A História Proibida do Mercado Financeiro”. O primeiro capítulo já está disponível neste link. Acesse agora para conhecer o que está por trás da criação do mercado de capitais no Brasil e aprender histórias que vão te ajudar a se tornar um investidor melhor.

Por Ivan Sant’Anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

Caro leitor,

Diariamente, recebo dezenas de e-mails de leitores das newsletters que publico pela Inversa. Muita gente gosta, outros não. E há aqueles que acrescentam pontos pertinentes.

J.O.P.R., por exemplo, escreveu:

“Prezado Ivan Sant’Anna. Muito interessante sua crônica. Só para complementar, o Getúlio (Vargas) era muito ligado à Alemanha. Seu filho, Lutero, foi casado com uma alemã. Suspeitavam alguns que fosse uma espiã nazista, que, pelo que sei, nunca foi confirmado. Foi o Osvaldo Aranha que o convenceu a apoiar os aliados na Segunda Guerra.

Há outros que me “acusam” de ser esquerdista ou fascista. Com esse paradoxo estou acostumado desde a época em que, durante o regime militar, me chamavam de “gorila” e de “subversivo”, termos agora meio anacrônicos, mas muito usados na época.

Pois bem, vou encerrar essa história de vez:

Em matéria econômica, estou à direita de Ronald Reagan e Margaret Thatcher. Acho que o governo deve ser o mais enxuto possível e não se meter na iniciativa privada. Deixem os empreendedores à vontade.

Já em se tratando de divisão de renda, fico à esquerda de Karl Marx. Como no Brasil se criou uma casta privilegiada que ganha muito sem trabalhar, ou fingindo que trabalha, acho que o assunto deve ser resolvido na marra, mesmo que atropelando direitos adquiridos.

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Se alguém quiser saber exatamente quais são as minhas ideias para o atual momento brasileiro, revejam a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, anteontem, na Câmara Americana de Comércio.

Para começar, ele defendeu a abertura econômica e a redução do Estado. Me vi diante do espelho da memória falando a amigos durante o governo Ernesto Geisel, o mais estatizante dos presidentes brasileiros.

Complementando, Guedes disse que não fará contratações para substituir os servidores que se aposentarem. Mais: garantiu que irá abrir a economia e privatizar empresas do governo.

“O Brasil está vendendo”, foram suas palavras textuais. E complementou, sempre em seu inglês irretocável: “We are open for business.”

Paulo Guedes lembrou que o país está oferecendo excelentes oportunidades nas concessões de serviço público, tais como os 12 aeroportos vendidos na semana passada.

“Faremos o que qualquer empresa faria. Vender suas propriedades, reduzir a trajetória futura de gastos que aumentam.” Esta declaração foi recebida com uma salva de palmas.

(Descobri quais são as ações com maior potencial de valorização na Bolsa neste novo ciclo de alta. Veja você também quais são.)

Numa afirmativa que difere bastante das ideias de Jair Bolsonaro, do chanceler Ernesto Araújo (arff), e do Rasputin astrólogo O. C. (arff, arff), nosso ministro da Economia lembrou a importância do comércio do Brasil com a China.

Concluindo sua fala, Guedes enfatizou a necessidade da reforma da Previdência.

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