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Ivan Sant’Anna: Caia fora da perda fixa

23 set 2019, 11:31 - atualizado em 23 set 2019, 11:31

Por Ivan Sant’Anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

Caro leitor,

Quando, em 1958, comecei a trabalhar no mercado financeiro havia, no mesmo andar do prédio onde eu operava câmbio na corretora H. Picchioni, o escritório de um fundo de ações. Crescinco, era o seu nome. Pertencia ao grupo Rockefeller, o que por si só dava a dimensão de sua solidez.

As vendas eram feitas de porta em porta. Décadas e mais décadas antes do advento dos tablets, os vendedores mostravam, aos eventuais interessados, gráficos coloridos de performance do mercado.

Mais tarde, em meados dos anos 1960, fui estudar na New York University. Administração de portfólios de ações e de títulos de renda fixa era uma das matérias do currículo. Curiosamente, descobri que na Big Apple boa parte das vendas também era feita a domicílio.

No Brasil, fora o Crescinco e o Deltec, ambos americanos, os fundos de ações começaram com uma ótima ideia do governo, ideia essa destruída pela ganância e desonestidade dos gestores de investimentos.

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Em fevereiro de 1967, durante a administração Castello Branco, foi promulgado o Decreto-lei 157, através do qual os contribuintes podiam destinar 10% de seu imposto de renda a pagar para compra de ações através do que chamávamos de fundos 157 – o nome oficial era Certificado de Compra de Ações.

Não há uma maneira mais suave e diplomática para dizer isso: os aplicadores foram miseravelmente roubados. Todas as más compras em Bolsa eram lançadas nos 157, que não faziam outra coisa a não ser perder dinheiro.

Tivesse sido diferente, o mercado brasileiro de ações teria tido um impulso fantástico.

Muitos anos mais tarde, começaram a surgir fundos melhor administrados. Mas se destinavam a uma minoria. O grosso dos investidores estava mais interessado em defender seu patrimônio da inflação crescente e preferia aplicar no open market.

Logo vieram os planos heterodoxos de combate à inflação, planos esses que sempre tinham tablitas deflatoras. De repente, numa sexta-feira qualquer, o governo apresentava um pacotão que incluía a tal tablita. Um investidor que possuía um CDB faltando três ou seis meses para vencer, podia, acreditem, se deparar com a seguinte situação. Aplicado o deflator, o valor de resgate podia ser, e constantemente o era, inferior ao de aplicação.

A indústria brasileira de fundos só se tornou abrangente após a estabilização da moeda, em 1994, com a instituição do real.

O senão é que a maioria dos investidores aplica seu dinheiro através de gerentes de bancos e eles são instruídos a indicar os produtos mais rentáveis… para os bancos.

Neste ano de 2019, com o Ibovespa já tendo subido quase 20%, os fundos de ações, e mesmo os multimercados, têm de estar com ótima rentabilidade. Resta compará-los para saber quais aproveitaram melhor o bull market da Bolsa.

Já os de renda fixa estão passando por um perrengue. Aqueles que mantêm altas taxas de administração estão sendo chamados, sem nenhum exagero, de “perda fixa”. Ou perdem ou perdem. Eles só existem porque há investidores ingênuos em número suficiente para abastecê-los.

Caro amigo leitor. O momento é difícil. Ou você aceita o risco inerente ao mercado de ações, no qual, felizmente, a possibilidade de ganhar é maior do que a de perder, ou aceita ganhar pouco com renda fixa.

Em ambos os casos é preciso ouvir quem entende do mercado e o acompanha minuto a minuto. Essa é a função da Inversa, que não tem nenhum compromisso com bancos ou corretoras. Só com os assinantes de suas publicações e frequentadores de seus cursos.

Nossa meta é o seu sucesso no complicado universo das finanças. E o Luiz Cesta está fazendo um excelente trabalho com os fundos de investimentos.

Jornalista | Analista de Marketing
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