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Ivan Sant’Anna: Cada bull market tem sua história

11 jul 2019, 14:51 - atualizado em 11 jul 2019, 15:06

Por Ivan Sant’Anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

Caro leitor,

Ontem, o que já virou rotina, o Ibovespa fez nova máxima de todos os tempos. Desde o início do ano, subiu 21,84%. Só que isso é um raciocínio puramente gregoriano.

O atual bull market teve início durante o governo Dilma Rousseff, quando tudo indicava que a vaca tupiniquim iria para o brejo, após uma série de burradas da presidente.

O índice chegou a fazer um fundo a 37.000 pontos.

Quem comprou ações naquela ocasião, antecipando o impeachment de madame Rousseff, teve, em média, seu capital multiplicado por quase três vezes. Mas sofreu o diabo durante o processo. Foram diversos reveses.

Só para citar alguns:

− Escândalo Michel Temer/Joesley Batista.
− Greve dos caminhoneiros.
− Incertezas do período eleitoral, com os riscos Fernando Haddad e Ciro Gomes.

Mesmo este ano, o Ibovespa amargou alguns recuos importantes. Entre eles, o provocado pelo não comparecimento do ministro Paulo Guedes à Comissão de Constituição e Justiça e os escândalos envolvendo o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente.

Os próprios trâmites da reforma da Previdência tiveram momentos de incerteza. Havia receio do mercado de que a PEC sofresse mudanças tais que reduziriam a economia prevista para os próximos 10 anos de 1 trilhão para 600 bilhões.

Uma das razões pelas quais a Bolsa vem subindo em quase todos os pregões é que a cada dia que passa a reforma se torna mais suscetível de aprovação na Câmara e no Senado. Sem muitas distorções no texto original.

E aí?, pergunto. Acaba o bull market? Afinal de contas, cotações nunca param no topo, assim como não estacionam nas mínimas. Nesse quesito, hoje é o dia da verdade.

Por um placar acachapante de 379 votos a 131, a Câmara dos Deputados aprovou ontem, em primeiro turno, enquanto eu redigia este texto, a PEC da reforma da Previdência.

Normalmente, nessas horas costumo recomendar a realização de lucros para quem está comprado no Ibovespa – Buy the rumor, sell the fact.  Só que a vitória foi muito folgada. Mostrou que a oposição tem pouquíssima representatividade.

Acho que, embora possa haver uma correção, duvido que o índice da Bolsa tenha feito o high do ano.

Ainda há muito espaço para crescer.

Mas, por favor, não comprem a qualquer preço.

Buy on dips.

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Um abraço,

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