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Ivan Sant’Anna: Bull market à vista promete ser doce

24 out 2019, 12:15 - atualizado em 24 out 2019, 12:16
“No momento a libra-peso de açúcar está cotada na C.S.C.E. a pouco mais do que 12 centavos. Desse nível, creio que poderá subir uma barbaridade, algo como mais de mil por cento”, conta Ivan Sant’Anna (Imagem: Paulo Fridman/Bloomberg)

Por Ivan Sant’Anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

Caro leitor,

Às vezes, a possibilidade da ocorrência de um bull market colossal (desses de enricar uma pessoa para sempre) pode ser detectada com muita antecedência.

Estou pensando seriamente em açúcar, a commodity preferida de muitos especuladores, inclusive este que vos escreve.

Nos negócios futuros da C.S.C.E. (Coffee, Sugar and Cocoa Exchange), em Nova York, cada centésimo de centavo de libra-peso de açúcar equivale a US$ 11,20.

Sim. Não me enganei. A mudança de um pontinho na tela é multiplicada por 112 mil vezes em seu bolso. Isso para cada contrato. Pena que o açúcar só experimentou dois grandes bull markets em sua história, respectivamente em 1974 e 1980.

No primeiro deles, a libra-peso chegou a 66 centavos de dólar, maior cotação de todos os tempos. Se trouxermos esse preço a valor presente, corrigindo-o pela inflação americana, os 66 centavos significam hoje US$ 3,44, um aumento de 421%.

Depois de cair para 10 centavos, em 1977, três anos mais tarde houve o segundo bull Market: 46 centavos de dólar foi a máxima de 1980, equivalentes em 2019 a US$ 1,43.

Pois bem, no momento a libra-peso de açúcar está cotada na C. S. C. E. a pouco mais do que 12 centavos. Desse nível, creio que poderá subir uma barbaridade, algo como mais de mil por cento. Ampliados 112 mil vezes, não se esqueçam.

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Para que o leitor entenda o porquê de meu entusiasmo, peço que raciocine comigo:

Em 2016, 195 nações assinaram o Acordo do Clima em Paris. Segundo os termos do tratado, elas se comprometeram em estancar a subida de temperatura média do planeta. A China foi um dos signatários do documento. Acontece que os chineses são os maiores emissores de dióxido de carbono (CO2).

Para cumprir sua parte no compromisso, o governo de Pequim decidiu adicionar um mínimo de 10% de álcool à gasolina consumida no país. Vale informar que a China tem a maior frota mundial de veículos automotores do mundo, frota essa que soma 322 milhões de unidades.

(Imagem: Mauricio Palos/Bloomberg)

É bom lembrar que quando os chineses entraram para valer na importação de petróleo, para acompanhar o crescimento de dois dígitos da economia do país, o preço do barril chegou a 150 dólares. Isso sem que houvesse nenhum tipo de crise de produção.

O Brasil é o maior produtor mundial de cana, que tanto serve de matéria-prima para o açúcar como para o etanol. Basta que o preço do álcool se torne mais atraente do que o do açúcar para que os usineiros produzam menos açúcar e mais biocombustível.

Evidentemente, isso acontecerá com os demais países plantadores de cana. Para que o açúcar experimente um terceiro, e talvez maior, grande bull market, não é necessário que o produto falte. Basta o medo de que vá faltar, tal como aconteceu em 1974 e 1980.

Não estou indicando aos meus caros amigos leitores para que saiam correndo a comprar açúcar futuro em Nova York (o mercado de São Paulo tem pouquíssima liquidez).

Mas devem ficar atentos. Caso a libra-peso comece a fazer novos highs, entrem de cabeça, sem dó nem piedade.

Nenhum produto negociado nos mercados de derivativos tem a capacidade de enriquecer os especuladores como o açúcar, tal o torque de sua subida.

Lembre-se: cada centésimo de centavo são US$ 11,20, ou seja 112 mil vezes mais.

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