Opinião

Ivan Sant’anna: Bolsonaro – Ano 1

02 jan 2019, 17:29 - atualizado em 02 jan 2019, 17:29
Presidente Jair Bolsonaro saúda o público depois de receber a faixa presidencial de Michel Temer, no Palácio do Planalto – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ivan Sant’anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

Caro leitor,

Pela primeira vez desde sempre, o Brasil terá um governo assumido como de direita eleito pelo povo. Após 14 anos de cleptocracia petista, e dois do insosso Michel Temer, que não contou com a necessária legitimidade do apoio popular, Jair Bolsonaro terá de exibir suas verdadeiras credenciais.

O conceito direita/esquerda é tão diversificado que me permito definir o meu.

Direita, é apoio ao capitalismo. Esquerda, concentração dos meios de produção, ou pelo menos do financiamento dos meios de produção, nas mãos do Estado. O resto é conversa fiada.

Bolsonaro inicia seu mandato com cinco grandes trunfos:

– reservas cambiais de quase US$ 400 bilhões;

– inflação no menor nível desde a criação do real;

– idem nas taxas de juros;

– intenso apoio popular;

– nenhum compromisso de entrega de cargos, em troca de votos no plenário, aos parlamentares das duas Casas do Congresso.

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Em contrapartida, terá de conseguir a aprovação de uma reforma abrangente da Previdência, romper os grilhões da anacrônica CLT, que encarecem o custo de mão de obra para os empresários, e enxugar ao máximo as despesas de custeio da administração pública.

Para o mercado financeiro em geral, e o de ações em particular, se o novo governo retomar o crescimento sustentável, o céu será o limite para a Bolsa.

Por outro lado, se prevalecerem os absurdos vitalícios adquiridos por algumas categorias do setor público e se o STF continuar sabotando (e, não raro, chantageando) o Executivo, a vaca vai para o brejo.

A despeito das atitudes estapafúrdias de Donald Trump, é bom ver o Brasil alargar seus laços comerciais e de amizade com a maior potência do mundo, como sempre aconteceu até o governo FHC.

Mas é ruim se o ranço nacionalista do capitão presidente se voltar contra a China, nosso maior parceiro comercial.

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Quanto ao mundo árabe, ao qual tomo a liberdade de juntar o Irã e a Turquia, simplesmente não há união entre as partes. Muito pelo contrário: a Arábia Saudita não se dá com os persas, ataca perversamente o Iêmen e anda às turras com o Catar.

Esse negócio de “o inimigo de meu inimigo é meu amigo” simplesmente não existe no Oriente Médio. É lenda. Lá, o grande conflito se dá entre as vertentes sunita e xiita do islamismo.

Em função das divergências na região, onde quase todos os povos discriminam os palestinos, a aproximação de Jair Bolsonaro com Israel, inclusive a mudança da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, não deve causar maiores contratempos, a não ser protestos farisaicos.

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