Colunistas

Ivan Sant’Anna: açúcar, essa é a sua hora!

05 dez 2019, 11:13 - atualizado em 05 dez 2019, 11:14
O açúcar não costuma subir porque falta. A razão da alta é geralmente o medo de que irá faltar. É justamente o que está começando a acontecer (Imagem: Mauricio Palos/Bloomberg)

Por Ivan Sant’Anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

Caro leitor,

Por diversas ocasiões, em minhas newsletters, alertei os caros amigos leitores sobre as enormes oportunidades que o mercado internacional de açúcar oferece, embora muito raramente.

Na verdade, bull market mesmo, daqueles que ofuscam todos os outros, de açúcar só aconteceu duas vezes:

Na primeira delas, em 1974, a libra-peso chegou a US$ 0,66 na C. S. C. E. (Coffee, Sugar & Cocoa Exchange), em Nova York. Já na segunda, em 1980, o preço máximo foi de US$ 0,46.

Vieram então diversos bear markets, sendo que cansei de ver o açúcar cotado a US$ 0,02, numa época de superprodução mundial aliada a consumo baixo.

Ajustando os preços máximos dos dois bull markets pela inflação americana, os US$ 0,66 de 1974 equivalem hoje a US$ 3,45. Já os US$ 0,46 de 1980 representam agora US$ 1,44.

O açúcar não costuma subir porque falta. A razão da alta é geralmente o medo de que irá faltar. É justamente o que está começando a acontecer.

Produção de etanol no Nebraska, EUA
Sem querer ser elitista, apenas prático, não vale a pena entrar nessa jogada com menos de US$ 100 mil (Imagem: REUTERS/Humeyra Pamuk)

A explicação é simples. A China decidiu adicionar 10% de etanol em sua gasolina. Como eles consomem 170 milhões de litros por dia, estamos falando de 17 milhões de litros de etanol. O equivalente em açúcar deixará de ser produzido.

Ontem, o preço da libra-peso de açúcar na C. S. C. E. atingiu US$ 0,1306, a maior cotação do ano, já reflexo da decisão chinesa. Em minha opinião, não seria nenhuma surpresa se, pela primeira vez na história, fosse a um dólar. E vejam que estou desconsiderando a inflação americana.

Sempre que recomendo a compra de açúcar futuro em Nova York, diversos assinantes me escrevem perguntando como podem fazer isso. É aí que surgem as primeiras complicações. Mas se você quiser aplicar, por exemplo, 100 mil dólares, para poder ganhar muitos milhões, vale a pena.

Antes de mais nada, será preciso abrir conta (se é que já não tem) numa corretora que opere em Nova York. Talvez encontre alguma no Brasil, mas é bem provável que tenha de recorrer a uma das sociedades de Wall Street.

O açúcar futuro é também negociado na B3, mas a liquidez é insignificante. Portanto tem de ser em NY mesmo. Aberta a conta, você terá de transferir dinheiro para lá. De cara, pagará de 15% a 25% de imposto de renda, dependendo do valor.

Vamos considerar os 25%. Portanto, de saída, o especulador já estará pagando um pedágio de um quarto do valor. E nem pense em levar o dinheiro com você numa viagem, sem declará-lo. Poderá ser preso no embarque em Guarulhos, no Galeão ou no desembarque no Kennedy.

Sem querer ser elitista, apenas prático, não vale a pena entrar nessa jogada com menos de US$ 100 mil. Mas note que poderá ser o trade de sua vida.

Insisto: não é negócio para qualquer um. Além do capital, será preciso muita disposição. Pois a alta não se dará linearmente.

Ao escrever sobre açúcar, meu coração acelera. Sinto o sangue correr mais rápido sob a pele. Sim, porque cada centésimo de centavo na cotação do açúcar equivale a US$ 11,20. Isso significa 112.000 vezes mais.

Um abraço,

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar