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Itaúsa: reforma tributária pode ser positiva, mas dividendos continuarão baixos

16 ago 2021, 18:58 - atualizado em 16 ago 2021, 21:51
O índice de distribuição de dividendos provavelmente não aumentará, o que já era amplamente esperado pela analista (Imagem: Itaúsa)

A reforma tributária prevê tributar dividendos em até 15%. À primeira vista, o imposto pode ser considerado algo negativo, mas não para a Ágora Investimentos

Segundo a analista Maria Clara Negrão, a atual versão do texto da reforma favorecerá a Itaúsa (ITSA3), holding que controla o Itaú (ITUB4), uma vez que o fim dos juros sobre o capital próprio do bancão reduzirá o pagamento de PIS e Cofins, que representam custos de R$ 300 a 500 milhões ao ano, a maior despesa da holding após os encargos com funcionários. 

“Além disso, as menores alíquotas de imposto de renda gerariam maiores resultados para as empresas investidas”, completa. 

Dividendos minguando?

A distribuição de dividendos provavelmente não aumentará, o que já era amplamente esperado pela analista. 

“Itausa observou que o índice de pagamento relativamente baixo de cerca de 25% deve ser mantido como consequência da distribuição de dividendos do Itaú Unibanco. Nesse sentido, o Itaú confirmou um baixo índice de payout no ano, visto que o banco busca a recuperação do índice de capital”, completa. 

E a XP?

Segundo a administração da Itaúsa, a incorporação da XPart pela XP Inc ainda está pendente de aprovação na assembleia de acionistas entre as duas empresas, prevista para o final de outubro.

Com o acordo, a companhia passaria a deter 15,1% da XP Inc. (cerca de R$ 18,4 bilhões ), tornando-se o segundo maior ativo da carteira da holding.

Segundo o CEO da Itaúsa, Alfredo Setubal, a XP não é um ativo estratégico para a Itaúsa, “mas isso não significa necessariamente que vamos vender as ações. E, se o fizermos, será ao longo de alguns anos, não de forma abrupta”, completa.

“Acreditamos que o desinvestimento da Itausa na XP Inc. segue a estratégia da empresa de diversificar o portfólio, reduzindo sua exposição ao setor financeiro”, aponta a especialista.

Novos investimentos

Setubal contou que a Itaúsa avalia fazer novos investimentos em ativos nos setores de agronegócio e de energias renováveis, além de novas incursões em concessões públicas, como de aeroportos.

“São ativos que fazem falta no nosso portfólio”, disse o executivo, mas ponderou que não se deve esperar nenhum anúncio a respeito no curto prazo.

A Itaúsa estreou neste ano no setor de saneamento com um aporte de 2,6 bilhões de reais na Aegea, que em abril liderou consórcio que venceu a disputa pelos blocos 1 e 4 da licitação da Cedae, de saneamento do Rio de Janeiro.

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