Comprar ou vender?

Itaúsa pode virar risco para ações da XP; entenda

17 dez 2021, 14:30 - atualizado em 17 dez 2021, 14:30
Itaúsa
Ponto de preocupação: ao todo, a Itaúsa possui 13,7% da XP(Imagem: Divulgação)

Uma possível venda da participação da Itaúsa (ITSA4) na XP Inc (XP), que hoje detém 13,7% da empresa, pode inundar o mercado com ações da corretora e derrubar os preços dos papéis, aponta o Bank of America.

Esse foi um dos motivos que levaram o banco a cortar o preço-alvo da XP de R$ 56 para R$ 40 em 2022. 

Na última terça-feira (14), a Itaúsa levantou R$ 1,2 bilhão com a venda de 1,4% da sua participação na corretora. 

“Embora saudemos a divulgação de receita aprimorada e reconheçamos a orientação melhor do que o esperado, nosso rating neutro reflete a avaliação do prêmio das ações (12,5%) e preocupações com excesso de ações”, afirma.

A própria Itaúsa já afirmou que esse investimento não é o core e uma venda poderia estar no pipeline de curto e médio prazo.

Em comunicado enviado no ano passado, a holding reafirmou seu interesse em manter participação relevante na empresa no curto prazo, atuando alinhada com a mesma.

Mas diante de sua estratégia de diversificação de portfólio de companhias fora do setor financeiro, a Itaúsa não deve manter a participação no longo prazo.

XP Day

Em seu dia do investidor, a XP informou que almeja se tornar um ‘hub’ de serviços financeiros na América Latina por meio de uma planejada expansão internacional, disse o presidente-executivo da companhia, Thiago Maffra, em encontro com investidores e analistas.

Mesmo assim, Maffra afirmou o Brasil ainda oferece grande potencial de crescimento para a empresa. Por isso, a XP não planeja nenhuma aquisição fora do país no momento.

“Congratulamo-nos com a maior visibilidade da receita nas novas iniciativas, especialmente porque também irá melhorar a visibilidade das principais tendências em investimentos e receitas de varejo”, avalia o BofA.

Para analistas do BTG Pactual e do Credit Suisse o anúncio é positivo, mas as duas casas de análise continuaram com recomendação neutra.

O BTG é mais benevolente com o ativo e calculou um preço-alvo de US$ 39 para o final de 2022, alta de 34% na comparação com o fechamento de hoje (16).

Segundo o banco, todo esse otimismo se deve ao fato de que a receita poderia chegar a R$ 10 bilhões em 2025 com esses novos focos, o que implicaria uma receita bruta de R$ 40 bilhões em até 4 anos, ou 300% acima do patamar atual.