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Itaúsa (ITSA4) mantém plano para venda de ações da XP, mas sem pressão, diz presidente

21 mar 2023, 14:18 - atualizado em 21 mar 2023, 14:18
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A Itaúsa vendeu 4,7 bilhões de reais em ações da XP em 2022, dos quais cerca de 1,5 bilhão em novembro (Imagem: REUTERS/Rodrigo Garrido)

A Itaúsa (ITSA4) vai manter a estratégia para venda de sua participação na XP, mas em 2023 não enfrenta a mesma pressão para se desfazer de parte dos papéis diante das atuais condições do mercado e amortizações de dívida realizadas pela holding no ano passado.

“A ideia é continuarmos a vender ações da XP ao longo deste ano”, disse Alfredo Setubal, presidente-executivo da holding controladora do Itaú Unibanco e importante acionista de empresas como Alpargatas, Dexco, Aegea e CCR, em conferência com analistas e investidores nesta terça-feira.

Na véspera, a companhia divulgou lucro líquido recorrente de 3,36 bilhões de reais no quarto trimestre de 2022, queda de 18,7% ante igual período do ano anterior.

“Claro que o momento do mercado de capitais não é super favorável”, disse Setubal, acrescentando que a Itaúsa vai buscar as melhores janelas para eventuais vendas adicionais de ações da XP neste ano em paralelo com oportunidade de uso dos recursos.

A Itaúsa vendeu 4,7 bilhões de reais em ações da XP em 2022, dos quais cerca de 1,5 bilhão em novembro, operação que deixou a holding com participação de cerca de 6,6% no capital total.

Segundo Setubal, desde 2021 a Itaúsa vendeu cerca de 6 bilhões de reais em ações da XP “ao preço médio de 122 reais e hoje está em torno de 60 reais”.

“Vemos cenário desafiador este ano e vendemos bastante ano passado. Não temos pressão para vender XP neste momento”, disse o executivo.

Este cenário mais difícil em relação a 2022, segundo Setubal, também deve impactar o desempenho das empresas investidas da holding. O executivo acrescentou que a companhia não tem planos de novos investimentos diante das incertezas no Brasil e no exterior, agravadas pela guerra na Ucrânia e tensões entre Estados Unidos e China.

As ações da Itaúsa subiam 1,52% às 12h56, enquanto o Ibovespa mostrava alta de 0,21%. Na véspera, a companhia anunciou 637 milhões de reais em juros sobre capital próprio líquidos, equivalentes a cerca de 7 centavos por ação, com pagamento previsto para até final de agosto com base em posição acionária de 23 de março.

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Segundo Setubal, desde 2021 a Itaúsa vendeu cerca de 6 bilhões de reais em ações da XP “ao preço médio de 122 reais e hoje está em torno de 60 reais” (Imagem: Rafael Borges/ Money Times)

“Economia está desafiadora, está em desaquecimento tanto no Brasil quanto no exterior…Vamos continuar com gestão prudente, analisando o cenário com calma”, disse Setubal, destacando o caráter de longo prazo dos investimentos do grupo.

Questionado se a holding poderia avaliar aumentar participação nas empresas em que já investe, uma vez que não está buscando investimentos em novas companhias, o executivo afirmou que o momento para a Itaúsa é de desalavancagem.

Setubal ressaltou, porém, que gostaria de ver um aumento na participação detida na empresa de água e saneamento Aegea, “se fosse possível”, embora tenha ressaltado que não é um setor que trará fluxos de caixas relevantes nos próximos anos diante dos pesados investimentos obrigados pelo marco regulatório do saneamento.

A Itaúsa tem 10,2% das ações ordinárias da Aegea. Outros 70,7% estão nas mãos do grupo Equipav e 19% com o fundo soberano de Cingapura, GIC.

PAYOUT

A Itaúsa anunciou proventos aos acionistas de 4 bilhões de reais relativos a 2022, dos quais 1,4 bilhão será pago este ano. Juntando com bonificação de ações na proporção de 1:10, o chamado “payout” aos investidores da companhia foi de 31% em 2022, estável sobre 2021 e acima dos 26% de 2020.

Setubal afirmou que “é bem factível” a Itaúsa superar o patamar de payout do ano passado em 2023, considerando eventual venda adicional de ações da XP. O objetivo, segundo ele, é elevar o retorno aos acionistas para um nível entre 35% e 40%.

O executivo comentou ainda que é “bem possível” que a Itaúsa promova nova bonificação aos acionistas via incorporação de reservas este ano, diante da discussão no Congresso de projeto de lei que trata sobre o assunto.

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