Economia

Itaú vê PIB acima de 3% em 2018 e 2019, mas crescimento depende de reformas

12 jan 2018, 16:59 - atualizado em 12 jan 2018, 16:59

Investing.com – O Itaú (SA:ITUB4) divulgou nesta sexta-feira (12) a revisão do cenário econômico brasileiro. Em análise enviada a seus clientes, o banco reduziu a estimativa do resultado primário de 2017 para -2,3% para -1,9% do Produto Interno Bruto, sendo que a meta é de -2,5% do PIB.

De acordo com o banco, as receitas extraordinárias surpreendentes motivaram a revisão, principalmente no programa de refinanciamento de dívidas tributárias (Refis), e no resultado dos estados e municípios. Então, os analistas acreditam que, apesar da reversão de R$ 25 bilhões do contingenciamento anunciado ao longo do ano, o setor público deve apresentar um resultado primário melhor do que a meta estabelecida.

Apesar dos números, o Itaú ressalta que a revisão não indica uma melhora nos resultados fiscais, já que as receitas extraordinárias não devem se repetir em 2018, e o resultado dos Estados e municípios deve permanecer relativamente estável em comparação ao ano passado, dado o quadro fiscal desafiador para boa parte dos Estados brasileiros.

Já para este ano, a projeção do banco é de déficit de 2,1% do PIB (R$ 150 bilhões), frente a uma meta de R$ -161 bilhões (ou -2,3% do PIB). O cumprimento da meta para o ano depende da obtenção de cerca de R$ 15 bilhões (0,2% do PIB) em medidas, que poderiam vir dos R$ 31 bilhões (0,45% do PIB) em propostas de ajuste enviadas, mas ainda não aprovadas pelo Congresso, ou da realização de um contingenciamento dos gastos discricionários.

Para 2019, o banco estima déficit primário de 1,0% do PIB (R$ 80 bilhões). O cumprimento do teto de gastos no ano exige um ajuste em torno de R$ 30 bilhões, que deve ser alcançado por meio de reduções adicionais no gasto discricionário e pela reoneração da folha de pagamentos.

O banco ressalta ainda que continuam as incertezas com relação à aprovação da reforma da Previdência. A reforma deve voltar a ser debatida no Congresso no fim de fevereiro, após o recesso parlamentar, mas há dúvidas sobre o consenso político para a sua aprovação. Sem a reforma, aumenta a chance de o governo não conseguir cumprir a emenda constitucional do teto de gastos a partir de 2019.

Para o crescimento dessazonalizado do PIB, o Itaú reduziu a projeção do quarto trimestre de 2017 para estabilidade, com alta de 2,1% na comparação anual. O ajuste incorpora os dados um pouco abaixo do esperado em outubro

Enquanto isso, a projeção para 2018 é de crescimento de 3,0% e de 3,7% em 2019, mas o balanço de riscos é voltado para baixo. As projeções supõem a continuidade da agenda de reformas à frente.

Por Investing.com

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