Banco Central

Itaú Unibanco: integração do varejo do Citi ainda depende do aval do BC

16 ago 2017, 18:59 - atualizado em 05 nov 2017, 13:58

O Itaú Unibanco diz que ainda depende do aval do Banco Central para poder integrar a operação de varejo do Citi no Brasil. Nesta quarta-feira, 16, a instituição obteve a aprovação por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) condicionada ao cumprimento de um acordo que proíbe o banco, dentre outras questões, de fazer aquisições de instituições financeiras e de operadores de consórcio por 30 meses.

A bênção do Cade saiu um dia antes de o pedido completar cinco meses junto ao órgão antitruste, ou seja, dentro do prazo legal que é de 240 dias, prorrogáveis por mais 90. Com isso, a operação foi analisada em menor espaço de tempo que a venda do HSBC para o Bradesco, que consumiu 225 dias, uma vez que também era mais complexa.

A operação de varejo do Citi no Brasil, avaliada em R$ 710 milhões, é a 26ª aquisição da história do Itaú Unibanco. Depois dela, o banco já anunciou a compra de 49,9% da XP Investimentos, cujo pedido junto ao Cade também já foi protocolado.

Após o aval do BC, o Itaú trará para dentro de casa a rede física do Citi, que soma 71 agências e aproximadamente 315 mil clientes correntistas, com R$ 35 bilhões entre depósitos e ativos sob gestão (valores brutos na data-base de 31 de dezembro de 2015), além de 1,1 milhão de cartões de crédito e R$ 6 bilhões de carteira de crédito, conforme informações anunciadas quando da compra da operação, em outubro do ano passado.

Para o relator do processo de Citi e Itaú no Cade, Paulo Burnier, a fusão apresenta poucas preocupações concorrenciais, principalmente por conta da baixa participação de mercado do norte-americano no País.

De 13 mercados analisados, apenas o de cartão de crédito apresentava indícios de uma concentração mais elevada. “A operação não representa riscos à concorrência, diferentemente da operação HSBC/Bradesco, que teria condições de retirar agências do mercado nacional”, afirmou ele. Ainda assim, para afastar qualquer preocupação, o relator seguiu a recomendação da superintendência-geral do Cade e condicionou a aprovação à assinatura de um acordo, que foi sugerido pelas próprias empresas.

O acordo tomou como base as restrições impostas na própria compra do HSBC pelo Bradesco, em que este último também foi proibido de fazer novas aquisições por 30 meses. Além disso, foram impostas ao Itaú medidas para melhoria de indicadores relacionados à portabilidade da conta salário, operações de crédito e qualidade, divulgação de informações sobre o cadastro positivo, treinamento e capacitação de pessoal interno para reduzir índices de reclamações e observação de regras de compliance. Há ainda previsão de multas por descumprimento do acordo.

(Por Aline Bronzati)

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