Itaú sobre argentino Patagônia: banco olha aquisições
O diretor de Relações com Investidores do Itaú Unibanco, Marcelo Kopel, afirmou que o banco olha oportunidades de aquisição ao ser questionado por eventual interesse no argentino Patagônia, controlado pelo Banco do Brasil. A instituição, segundo ele, tem um banco de varejo na Argentina, com 80 agências e está focada em consolidar a operação do chileno CorpBanca no contexto internacional.
“Nosso foco é capturar as sinergias comerciais e operacionais com o CorpBanca, mas seguimos atentos e olhando oportunidades de aquisição”, disse Kopel, em evento do Bradesco BBI, acrescentando que a região de interesse do banco para expansão internacional é a América Latina e que não estão previstos movimentos transformacionais, mas pontuais.
O diretor do Itaú lembrou que o banco fez três aquisições no ano passado: a Recovery (operação realizada em 2015 e que foi concluída no ano passado), os 40% restantes da joint venture com o BMG em consignado e a operação de varejo do Citi no Brasil. De acordo com ele, aquisições, distribuição de dividendos e compra de ações são alternativas para uso de capital.
Crédito estudantil
Kopel disse ainda que o banco mantém no radar o crédito estudantil, mas que ainda vê a modalidade incipiente. Isso porque, conforme ele, há outras que devem ser desenvolvidas como a constituição de garantias para o estoque já existente. “Há demanda reprimida para o crédito estudantil, mas vemos desenvolvimento lento”, explicou.
Rotativo
Sobre a mudança no crédito rotativo, que foi limitado em 30 dias de uso, o diretor do Itaú afirmou que haverá um período de acomodação, que pode mudar os hábitos do consumidor, mas que a nova estrutura da modalidade impacta apenas quem não paga a fatura completa do cartão de crédito.
Destacou também que o novo rotativo vai na direção da queda das taxas de juros. Questionado sobre eventual mudança do banco para o segmento Novo Mercado, de mais alta governança corporativa, ele afirmou que não é intenção do Itaú.
Juros
O Itaú Unibanco está repassando a queda dos juros e sua margem financeira projetada para 2017 já reflete um ambiente de Selic menor, segundo Kopel. “Há outra parte referente à taxa de spread de risco de crédito percebido”, acrescentou ele, durante evento do Bradesco BBI.
Para a margem financeira com clientes, ex-impairment, o Itaú espera redução de 4,0% a 0,5% no critério consolidado e de 5,0% a 1,5% no critério Brasil. No ano passado, o banco projetava para sua margem financeira com clientes queda de até 2,5% ou alta de até 0,5%.
Kopel disse ainda que a desalavancagem de indivíduos e empresas no Brasil deve acelerar à medida que as taxas de juros caiam e também o ambiente melhore, incluindo o cenário para emprego no País.
Em relação ao crédito do crédito, o diretor do Itaú disse que as carteiras devem crescer no patamar que a economia permitir, com o imobiliário crescendo mais rápido e o consignado (com desconto em folha de pagamento) também com expansão em 2017. Do lado da pessoa jurídica, de acordo com Kopel, o aumento de crédito deve vir mais de demanda por capital de giro do que de investimento de longo prazo.
O Itaú espera que sua carteira de crédito no critério consolidado fique estável ou cresça até 4% neste ano. Já considerando o resultado apenas no Brasil, a expectativa do banco é de queda de 2% ou aumento de até 2% nos empréstimos.
(Por Aline Bronzati)