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Itaú: pior da crise ficou para trás e ação pode disparar 37%, diz BB

05 nov 2020, 14:57 - atualizado em 06 nov 2020, 3:47
Itaú (ITUB4)
De olho nos novos números, a corretora atualizou o preço-alvo do Itaú até dezembro de 2021 para R$ 34,40, antes em R$ 25 (Imagem: Instagram/Itaú)

Não há dúvidas de quando se fala em resiliência, os bancos são lembrados por muitos analistas. Afinal, eles possuem inúmeros mecanismos para “vencer” as crises, como o provisionamento de recursos.

Segundo o BB Investimentos, em relatório enviado a clientes, para os grandes bancos, o período mais conturbado da crise causada pela Covid-19 parece ter ficado para trás.

“A dinâmica das carteiras renegociadas mostra uma foto bastante melhor do que inicialmente projetado, sinalizando confiança para a retomada gradual dos patamares de negócios pré-crise ao longo dos próximos trimestres”, afirma o analista Rafael Reis, que assina o relatório.

Segundo ele, o Itaú (ITUB4), que divulgou o seu resultado na última terça-feira (5), segue a mesma toada do Bradesco (BBDC4) e do Santander (SANB11), com maior provisões extraordinárias, mas com crescimento da carteira de crédito.

De olho nos novos números, a corretora atualizou o preço-alvo do Itaú até dezembro de 2021 para R$ 34,40, antes em R$ 25, o que implica em valorização de 37%. O aumento também leva em consideração a proposta do banco de cisão da XP Investimentos em outra empresa, o que acrescenta R$ 3 no preço dos papéis.

Carteira de créditos brilhou no trimestre

Para Reis, o principal destaque do Itaú ficou por conta da carteira de crédito, que saltou 4,4% em relação ao trimestre passado e 20% no ano, com avanço em todos os segmentos, especialmente micro, pequenas e médias empresas.

Contudo, ele ressalta que as incertezas da economia fizeram com que o banco priorizasse linhas de créditos mais seguras, porém menos rentáveis, o que prejudicou a margem financeira, que retraiu 4,8%.

As receitas com serviços de seguros também se saíram bem, com alta de 12% em relação ao segundo trimestre, puxado pela retomada da economia, destaca o analista.

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O principal risco do Itaú, assim como outros bancos, continua na alta da inadimplência (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Fantasma da inadimplência

A tão temida inadimplência, que costuma disparar em crises econômicas, melhorou no terceiro trimestre. O Itaú apresentou despesas de PDD (Provisão de Devedores Duvidosos) 18,7% menores do que no segundo trimestre.

Reis destaca que o índice de inadimplência de mais de 90 dias caiu 2,2%, “artificialmente beneficiado pelas prorrogações das parcelas por conta da política de alívio devido à pandemia”.

Porém, o índice que captura atrasos entre 15 e 90 dias se elevou, conforme esperado, já que boa parte das prorrogações começou a se exaurir ao longo dos meses de julho e setembro. Isso dá indícios de uma piora na inadimplência ao longo dos próximos trimestres, argumenta o analista.

Desafios

O principal risco do Itaú, assim como outros bancos, continua na elevação da inadimplência. Com as incertezas provocadas pela pandemia, fica difícil saber para onde vai o mercado de trabalho, atualmente bastante enfraquecido pela crise econômica.

Além disso, Reis coloca na cesta de riscos a crescente competição com fintechs e a chegada de novas tecnologias como PIX e Open Banking, além do desafiador cenário de juros nas mínimas históricas, que pressiona o spread.

“Dito isso, enxergamos o Itaú como um dos bancos mais preparados para o novo momento do setor, que já se mantém na vanguarda da transformação digital, centralidade do cliente e ganhos de eficiência, além de possuir um dos melhores conjuntos de políticas de ESG do mercado brasileiro”, pontua.

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