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Itaú (ITUB4): Selic menor? Cenário pode até ser mais positivo, diz CEO

06 fev 2025, 11:49 - atualizado em 06 fev 2025, 11:49
Milton Maluhy Filho
O cenário macroeconômico pode até ser melhor do que o esperado diante da desvalorização do dólar (Imagem: Divulgação/ Itaú)

O cenário macroeconômico pode até ser melhor do que o esperado diante da desvalorização do dólar das últimas semanas, afirmou o CEO do Itaú (ITUB4), Milton Maluhy, em conferência com jornalistas realizado em São Paulo nesta quinta. Em 2025, o banco espera que a Selic, a taxa básica de juros, termine em 15,75%.

“Nos últimos dias, especialmente, o câmbio voltou. O câmbio voltando tem um efeito inflacionário positivo, o que pode levar uma taixa de juros até mais baixa do que essa terminal, dependendo das condições”, afirmou.

O câmbio saiu do patamar de R$ 6,4 para R$ 5,7 em questão de dias, na maior sequência de quedas desde a criação do Real.

Apesar disso, o CEO afirmou que o cenário é de mais inflação e que o Itaú está preparado para enfrentar qualquer ambiente, e pode acelerar, ou puxar no freio, no apetite de crédito quando quiser.

“O banco nunca esteve tão bem para entrar num cenário qualquer que seja. Seja um cenário mais perigoso ou com mais oportunidades, a nossa capacidade de acelerar e de reagir é muito grande. Principalmente porque fizemos uma organização muito forte nas plataformas ao longo do ano. Não ficamos esperando passar um, dois, três meses para reagir de um lado para o outro. A nossa capacidade de reação é instantânea, eu diria que é diária”, diz.

Parte do mercado questiona se o banco foi conservador ao definir o guidance (projeções) de crescimento da carteira de 8,5%. Em 2024, houve expansão de 10%.

Analistas do Citi consideraram as projeções decepcionantes no que diz respeito à última linha do balanço, “embora também vejamos o nível de provisionamento do banco como resultado da consideração de um cenário muito desafiador, o que pode fornecer algum espaço para reversões se a economia mostrar resiliência, ou alguma proteção se o cenário desafiador acontecer”.

“Além disso, apesar das pressões de despesas operacionais, acreditamos que há espaço para o Itaú entregar no topo do guidance”, afirmaram em relatório a clientes.

Para Maluhy, no entanto, a sinalização de guidance ainda entrega resultados fortes, além dos dividendos adicionais a serem pagos, elevando a rentabilidade acima de 20% mais uma vez.

O banco é apontado por analistas como o mais seguro da bolsa e, diferente de seus concorrentes, como Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11), não passou por uma grande deterioração das principais linhas, como inadimplência e ROE (retorno sobre o patrimônio).

Itaú: Dividendos adicionais

Após anunciar R$ 18 bilhões em remuneração adicional a acionistas, sendo R$ 3 bilhões em recompras e cancelamento de ações durante o ano de 2025, o presidente-executivo do Itaú sinalizou que deve voltar a entregar dividendos adicionais.

O executivo explicou que no final do ano o banco vai olhar o índice de capital, quais são os desafios regulatórios de capacidade de crescimento para frente e definir um novo dividendo adicional.

“Tudo mais constante, daquilo que enxergamos hoje, sem uma mudança ao longo do ano, vamos para a mesa no final do ano para fazer como a gente estamos fazendo no início do ano, mais uma distribuição dividendo adicional”, disse. “Nosso objetivo não é deter o excesso de capital.”

Em 2024, o banco totalizou R$28,7 bilhões – 69,4% do resultado recorrente auferido no ano – distribuídos aos acionistas, um crescimento de 33,8% sobre a distribuição de 2023.

Com complemento da Reuters

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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