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Itaú (ITUB4): CEO dá pista de quando dividendos extraordinários vão cair

07 ago 2024, 11:47 - atualizado em 07 ago 2024, 15:52
Milton Maluhy Filho
Maluhy explica que o Itaú preferiu não se afobar, ou seja, acompanhar alguns eventos regulatórios que estão no radar (Imagem: Divulgação/ Itaú)

O Itaú (ITUB4), mais uma vez, repetiu o bom desempenho dos últimos trimestres e conseguiu entregar números que, se não superaram as expectativas, ficaram dentro do esperado por analistas.

O banco lucrou R$ 10 bilhões, alta de 15%. Além disso, houve melhora na inadimplência e das receitas, com o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) chegando a 22%, o maior desde 2019.

Agora, investidores aguardam pelo anúncio de dividendos extraordinários, que inclusive já foi prometido pelo CEO, Milton Maluhy Filho.

A questão é saber quando o banco irá liberar o dinheiro. Em teleconferência com jornalistas, o executivo deu algumas pistas. O cenário provável é que no final do ano, o banco tenha informações mais exatas da data e do quanto irá pagar.

Maluhy explica que o Itaú preferiu não se afobar, ou seja, acompanhar alguns eventos regulatórios que estão no radar, como mudanças de risco de crédito do Basileia e créditos fiscais, que vão consumir capital.

O Basileia III foi introduzido depois da Crise Financeira Global de 2008 para melhorar a capacidade dos bancos de lidar com os riscos fiscais, além de dar mais transparência e divulgação de informações.

Então, no fundo, sempre preservamos o capital a serviço dos nossos clientes e, ao mesmo tempo, olhando as incertezas que vêm pela frente. […] A magnitude [dos dividendos extraordinários] depende muito desses eventos todos, mas tudo indo conforme planejado, continuamos bastante positivos”, diz.

  • No Giro do Mercado desta quarta-feira (7), Paula Comassetto recebe a analista Larissa Quaresma, da Empiricus Research, para comentar o resultado e responder se o bancão poderá distribuir dividendos extraordinários aos investidores. Assita agora:

Apetite do Itaú pode diminuir?

Segundo o CEO, a piora do cenário externo não é suficiente para deixar o Itaú mais conservador na concessão de crédito. A carteira do banco somou R$ 1,2 trilhão, alta de 9%, com destaque para o crescimento de 9,7% em crédito pessoal.

“Não vimos nenhuma razão para mudar ou recalibrar o nosso apetite. Estamos sempre vigilantes. O apetite aqui no banco, discutimos todos os dias. Essa não é uma discussão estanque que acontece uma vez por ano. Vai depender muito de cenário, de setor, de impacto, de PIB, de emprego. Tudo isso a gente está sempre monitorando. Não antevemos nenhuma razão para não continuar crescendo a carteira de crédito”.

Na última segunda-feira, os economistas consultados pelo Banco Central voltaram a piorar as projeções para a Selic ao final de 2025 de 9,50% para 9,75%. Já as apostas para a inflação para este ano subiram de 4,10% para 4,12%, acima da meta do Governo, e para 2025 de 3,96% para 3,98%.

Vem recessão nos Estados Unidos?

O CEO disse ainda que a chance de uma recessão nos Estados Unidos é relativamente baixa. Ele recorda que as bolsas americanas chegaram as máximas e que mesmo com a queda, continuam em território positivo. Tanto a Nasdaq como o S&P acumulam alta de 12% no ano.

“Os Estados Unidos ainda têm uma alavanca poderosa, que é a política monetária, que pode atuar e deverá atuar caso os sinais de arrefecimento permaneçam. Inflação controlada e economia, de uma certa forma, desacelerando. Achamos que no cenário base a economia americana deve crescer 2,5% no ano. Nossa expectativa é que os cortes devem começar agora em setembro”, diz.

No Brasil, o principal efeito, segundo o CEO, é no câmbio, que chegou a bater R$ 5,8. Em sua visão, o governo vem fazendo um esforço importante para buscar o máximo de bloqueios e contenções e cumprir o arcabouço fiscal, enquanto os cortes nos Estados Unidos podem ajudar a derrubar o dólar. A previsão do Itaú é de manutenção da Selic em 10,5%.

Maior ROE desde 2019; dá para crescer mais?

Questionado se o Itaú vê chances do ROE crescer mais, o CEO se limitou a dizer que não possui uma projeção para o indicador, mas que o banco tem condições de manter a linha acima de 20%. No segundo trimestre, a rentabilidade subiu para 22,4%, mais que o dobro do Bradesco, por exemplo.

“O que continuamos vendo para frente é uma boa dinâmica em todas as linhas do balanço. Capacidade de crescer carteira com qualidade, custo do crédito andando bastante bem. E a disciplina de custos que a gente sempre tem, faz parte aqui do nosso modelo de gestão”, colocou.

Maluhy Filho explicou que o ROE tem uma relação não só com o resultado que o banco vem conseguindo entregar, mas com o nível de capitalização, com o segundo trimestre encerrando com um índice de Capital principal de 13,1%.

O índice de inadimplência, importante termômetro para medir a capacidade dos clientes Itaú de honrarem com suas dívidas, acima de 90 dias, caiu 0,3 ponto percentual, para 2,7%. Dessa forma, o banco segue a tendência observada pelo Santander e pelo Bradesco de melhora do indicador.

Já a despesa com provisão para créditos de liquidação duvidosa gerencial ficou em R$ 9,2 bilhões, alta de 1,8% ante o primeiro trimestre, mas queda de 3,3% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Por volta das 11h30, a ação do Itaú subia 0,89%.

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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