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Itaú (ITUB4) ou Santander (SANB11): Quem sofreu mais com o caso Americanas (AMER3) no 4T22?

08 fev 2023, 13:30 - atualizado em 08 fev 2023, 14:13
Itaú, Santander, Americanas
Santander sofreu mais com caso Americanas do que Itaú, diz analista (Imagem: Angel Garcia/Bloomberg)

O Santander (SANB11) sofreu mais do que o Itaú (ITUB4) com o rombo contábil da Americanas no balanço do quarto trimestre de 2022 (4T22), afirma a analista da Empiricus, Larissa Quaresma. Segundo ela, a baque foi maior em SANB11, pois o peso de AMER3 na carteira de crédito do banco é mais representativo.

No caso do Itaú, que divulgou o balanço na noite de terça-feira (7), a despesa total com inadimplentes foi de R$ 9,8 bilhões, crescimento trimestral de 23%, impulsionado por Americanas. Já o Santander, que compartilhou seus números na semana passada, reportou R$ 7,4 bilhões no mesmo indicador, aumento de 19%.

A diferença, segundo Quaresma, é que o Itaú provisionou 100% da sua exposição à varejista, de R$ 1,3 bilhão, como perda de crédito. “Consideramos uma decisão acertada, já que ‘zera a perda’ e permite ao investidor olhar adiante”, diz a analista.

Excluindo esse efeito, a Empirucus estima que a despesa de inadimplência do Itaú teria crescido 6% trimestralmente.

Além disso, a dívida estimada da Americanas com o Itaú é de R$ 2,7 bilhões, enquanto com o Santander é de R$ 3,6 bilhões, segundo a lista de credores entregue à Justiça.

O baque de Americanas em Itaú e Santander

O Itaú reportou lucro líquido recorrente de R$ 7,66 bilhões no quarto trimestre do ano passado. A cifra representa um aumento de 7% no lucro, mas ainda abaixo dos R$ 8,259 bilhões esperados pelo mercado.

O UBS BB destaca o provisionamento e realocação referente a Americanas. Thiago Batista e Olavo Arthuzo, analistas do banco de investimentos, afirmam que, excluindo esse evento, o lucro teria aumentado 4% no trimestre e o retorno sobre patrimônio médio (ROAE) 21%.

Rafael Reis, que assina o relatório do BB Investimentos, também diz que o impacto no lucro por conta desse provisionamento foi de aproximadamente R$ 719 milhões, já considerando o benefício tributário gerado pela despesa.

Já em relação ao Santander, a perda de crédito relacionada a Americanas causou parte da deterioração de 47% no lucro líquido, afirma Quaresma, da Empiricus. O banco teve lucro de R$ 1,6 bilhão no período, mas sem a Americanas, seria entre R$ 2,1 bilhões e R$ 2,5 bilhões.

A analista ainda ressalta que da perda total com empréstimos, R$ 7,4 bi, entre R$ 600 milhões e R$ 1 bilhão, ou entre 8% e 14%, são referentes à varejista. Ao excluir esse efeito, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do banco teria sido entre 10% e 12%, ainda abaixo dos 16% do trimestre anterior.

Além disso, a margem financeira após a inadimplência caiu 19% trimestralmente, para R$ 5,2 bilhões. Sem o efeito Americanas, a margem teria tido queda entre 4% e 10%.

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