Itaú (ITUB4) ou Itaúsa (ITSA4): Só uma ação vale ‘compra’ após resultados do 3T22
O Itaú Unibanco (ITUB4) e a holding controladora Itaúsa (ITSA4) entregaram bons resultados, na avaliação de analistas do mercado.
O resultado do banco veio em linha com o esperado, pela leitura da Empiricus, com lucro líquido recorrente totalizando R$ 8 bilhões e ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) estável em 21%.
A analista Larissa Quaresma destaca que, apesar de o Itaú, como outros bancos brasileiros, ter sentido os efeitos do aumento da inadimplência, o impacto foi bem menor para a companhia do que para os pares.
“O controle superior da inadimplência protegeu a rentabilidade da companhia, que reafirmou seu guidance para o ano fechado”, comenta Quaresma.
O Itaú teve um crescimento trimestral de 6% no NII (margem financeira) com clientes e uma queda de 21% na margem com o mercado, efeito já esperado pela Empiricus e que, no caso do Itaú, ainda foi positivo em R$ 516 milhões.
“Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4), por exemplo, entregaram prejuízos superiores a R$ 1 bilhão nessa métrica”, lembra Quaresma.
Itaú impulsiona resultados da controladora
No caso da Itaúsa, a Empiricus diz que a boa performance da empresa se deve principalmente ao forte lucro do Itaú, que chega a representar cerca de 80% do lucro da holding.
“O resultado recorrente das empresas investidas, já proporcionais à participação da Itaúsa, somou R$ 3,6 bilhões, crescimento anual de 28%. Aqui, contribuíram favoravelmente os lucros do Itaú Unibanco (+17%), da XP Inc. (+30%) e da NTS, que reverteu um prejuízo em lucro em função da distribuição de proventos no período”, reforça Quaresma.
O crescimento nos lucros de Itaú, XP e NTS compensaram os resultados fracos de Dexco (DXCO3) e de Alpargatas (ALPA4), completa a analista.
Outro ponto destacado pela Empiricus é que a linha final da Itaúsa, desconsideradas as despesas de holding, despesas financeiras e outras despesas operacionais, se beneficiou do ganho de capital na venda de ações da XP. O desinvestimento de R$ 669 milhões gerou um ganho de capital de R$ 312 milhões para a Itaúsa no trimestre, compensando as demais despesas.
A Itaúsa ainda tem 6,4% detidos diretamente na XP (e 3,95% detidos indiretamente via Itaú) e sinalizou que a participação remanescente no ativo é uma importante fonte de liquidez e redução de alavancagem.
“É provável haver mais vendas no curto prazo – na nossa opinião, a intenção da Itaúsa é zerar essa participação direta”, avalia Quaresma.
ITUB4 ou ITSA4?
Apesar da perspectiva de desalavancagem financeira, a Empiricus tem recomendação neutra para Itaúsa.
Na opinião de Quaresma, o Itaú é o melhor investimento da holding, mas está perdendo parcela nos resultados (atualmente, representa 80%, ante 95% no passado). Paralelamente, os demais negócios da Itaúsa, principalmente Alpargatas, Dexco e CCR (CCRO3), levantam dúvidas sobre o valor adicional gerado para a holding.
A Empiricus reforça sua recomendação de compra para a ação do Itaú, presente em diversas carteiras da casa.
“Com uma execução confiável e previsível, Itaú nos parece, cada dia mais, o nome certo para enfrentar os próximos trimestres no Brasil, que prometem ser desafiadores para quem concede crédito”, conclui Quaresma.
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