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Itaú (ITUB4) agradou? Ações apagam perdas e sobem após alta no lucro e projeções

06 fev 2025, 12:13 - atualizado em 06 fev 2025, 19:06
itaú
Itaú registrou aumento no lucro no quarto trimestre de 2024 (Imagem: Reuters/Sergio Moraes)

As ações do Itaú (ITUB4) abriram o pregão desta quinta-feira (6) em queda, mesmo após o banco anunciar lucro recorrente gerencial de R$ 10,9 bilhões no quarto trimestre de 2024, alta de 15,8% ante o mesmo período do ano passado, com aumento e rentabilidade e queda dos principais indicadores de inadimplência.

Os números vieram em linha com as expectativas positivas para o banco, mas não impediu a ação de aparecer na ponta negativa do Ibovespa (IBOV). Na mínima do dia, até a publicação da matéria, ITUB4 recuou  3,40%, a R$ 32,95.

Ao longo do pregão, as ações do banco apagaram as perdas e fecharam com leve alta de 0,18%, a R$ 34,17. Acompanhe o tempo real.



Entre analistas, há consenso sobre um lucro sólido, no entanto, alguns pontos chamam atenção. O JP Morgan destaca em relatório que a queda de 20 pontos-base (bps) na margem financeira líquida (NIM) no Brasil pesou no balanço, ainda que esse movimento seja atribuído à sazonalidade, como o aumento das compras com cartão e a menor utilização do cheque especial.

Na avaliação de Yuri Fernandes e equipe, as projeções dadas pelo banco e os dividendos ficaram aquém das expectativas. No entanto, acreditam que uma orientação mais conservadora para 2025 faz sentido em meio ao atual cenário macroeconômico — com alta dos juros e expectativa de desaceleração da economia.

Sobre os dividendos, a soma dos ordinários e extraordinários atingiu US$ 18 bilhões, abaixo da expectativa de R$ 22,7 bilhões do JP Morgan.

Já para o BTG Pactual, o ano de 2024 como um todo foi excepcional para o banco, com um lucro líquido de R$ 41,4 bilhões e retorno sobre o patrimônio (ROE) de 21,7%.

Eduardo Rosman e equipe, que assinam o relatório do BTG, destacam a qualidade dos ativos, com as métricas de inadimplência da carteira, curso do crédito, índice de cobertura, entre outras, apresentando melhorias. Isso, na visão dos analistas, posiciona o banco para iniciar 2025 com um balanço saudável.

Em meio a um cenário macroeconômico mais incerto, o BTG vê uma redução do apetite por risco do Itaú.

“No geral, o Itaú entregou novamente resultados sólidos, com um ano muito forte em 2024, um balanço robusto e provavelmente na melhor forma de sua história em termos de carteira de crédito, qualidade de ativos, exposição ao risco, capital, etc”, dizem os analistas, que reiteram e recomendação de compra e a posição do Itaú como principal escolha do BTG entre os bancos brasileiros.

O Goldman Sachs, em relatório assinado por Tito Labarta e equipe, vê o Itaú continuando a apresentar os melhores resultados entre os bancos tradicionais, ainda que o conjunto de lucros, dividendos e guidance (projeções) não tenha apresentado grandes surpresas positivas.

“O crescimento da receita líquida foi relativamente em linha, sem surpresas para NII (resultado de intermediação financeira), taxas e seguros, em sua maioria saudáveis”, dizem os analistas. O Goldman Sachs mantém recomendação de compra para o Itaú.

Analistas da XP Investimentos destacam que o banco forneceu guidance para 2025, projetando um crescimento da carteira entre 4,5% e 8,5%, abaixo dos 10% em 2024.

“Esse nível de conservadorismo é bem-vindo, dado o ambiente macroeconômico incerto, e destaca as capacidades de gestão de risco do banco”, avaliam os analistas Bernardo Guttmann e equipe.

Para a XP, o Itaú encerrou o ano com um balanço confortável e o anúncio do programa de dividendos + recompra de ações no valor de R$ 18 bilhões (totalizando R$ 28 bilhões no ano) está em linha com as expectativas.

Detalhes do balanço do Itaú

Segundo o Itaú, a alta do lucro foi impulsionada pelo crescimento de 15,5% da carteira de crédito expandida em 2024, e foi o principal fator do crescimento de 7,1% da margem de clientes. No ano, o banco lucrou R$ 41 bilhões, alta de 18% ante 2023.

“Ao mesmo tempo, os indicadores de qualidade de crédito continuaram melhorando ao longo do ano, o que resultou em uma redução de 6,6% no custo de crédito no período. A performance reflete a capacidade do banco em crescer de maneira sustentável, com qualidade e rentabilidade”, diz.

E quando se trata de ROE (retorno sobre o patrimônio), o banco atingiu 22,1%, alta de 0,9 ponto percentual no ano.

margem financeira com clientes melhorou 8,3% ante o ano passado, para R$ 29,3 bilhões. Já a margem financeira gerencial ficou em R$ 28,4 bilhões, elevação de 8,3%.

índice de inadimplência, importante termômetro para medir a capacidade dos clientes Itaú de honrarem com suas dívidas, acima de 90 dias, caiu 0,2 ponto percentual no trimestre, a 2,4%.

Essa redução ocorreu nos segmentos de pessoas físicas, com destaque para as reduções dos indicadores de inadimplência em cartão de crédito e veículos; e, em pessoa jurídica, no segmento de micro, pequenas e médias empresas.

Outro indicador importante da saúde financeira dos bancos, a despesa com provisão para créditos de liquidação duvidosa gerencial, uma espécie de proteção contra calotes, ficou em R$ 51 bilhões, queda de 7,3% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Já em relação ao final de setembro, o saldo da PDD aumentou 0,9%, puxado pelos negócios na América Latina e nos negócios de atacado no Brasil.

carteira de crédito do banco somou R$ 1,3 trilhão, alta de 15,5%. Só a carteira de pessoas físicas aumentou 6,9% em 12 meses.

As despesas não decorrentes de juros alcançaram R$ 62,1 bilhões em 2024, com aumento de 6,8% em relação ao ano anterior, impulsionado pelo contínuo investimento em tecnologia e em sua plataforma de serviços.

*Com Renan Dantas

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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