Comprar ou vender?

Itaú (ITUB4): Ação chegou ao teto e não vale mais compra, vê UBS BB

22 ago 2024, 13:04 - atualizado em 22 ago 2024, 17:30
Itaú
(Imagem: iStock/Alison Calazans)

O Itaú (ITUB4) parecia uma unanimidade entre analistas. Era difícil encontrar quem recomendasse venda ou mesmo neutro. Mas após disparar mais de 50% nos últimos anos, parece que o papel chegou ao limite. Pelo menos essa é visão do UBS BB. Em relatório, o banco rebaixou a indicação de compra para neutra e preço-alvo de R$ 42, potencial de 18% ante o último fechamento.

Segundo os analistas Thiago Batista, Olavo Arthuzo e Beatriz Shinye, há uma falta de catalisadores nos lucros, que chegou a R$ 10 bilhões no segundo trimestre. O trio nota ainda que o Itaú atingiu 2 vezes o preço sobre valor patrimonial (P/VPA), o maior desde 2021, limitando seu potencial de reclassificação.

Nesta quinta-feira (22), os papéis ITUB4 fecharam com baixa de 0,92%, a R$ 36,74.



O UBS prevê retorno total do Itaú de 21% até o final de 2025, considerando o pagamento de R$ 59,5 bilhões em dividendos nos próximos 18 meses.

“Acreditamos que a maioria do retorno virá dos dividendos (rendimento de 16%), enquanto a valorização do capital provavelmente será irrelevante, pois não esperamos uma reclassificação significativa”, diz.

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Dividendos do Itaú

Ainda segundo o UBS, é muito provável que o banco anuncie dividendos extraordinários, algo que já está sendo especulado desde o começo do ano. Na teleconferência de resultados, o CEO, Milton Maluhy Filho, disse que o pagamento depende de normas regulatórias.

Então, no fundo, sempre preservamos o capital a serviço dos nossos clientes e, ao mesmo tempo, olhando as incertezas que vêm pela frente. […] A magnitude [dos dividendos extraordinários] depende muito desses eventos todos, mas tudo indo conforme planejado, continuamos bastante positivos”, diz.

Pelos cálculos do UBS, o Itaú encerrou o trimestre com excesso de capital de R$ 13,9 bilhões. Para os analistas, o espaço para fusões e aquisições é limitado devido restrições do Banco Central, ou seja, esse dinheiro não deverá ir para compras de ativos. Uma dinâmica tributária desfavorável também desincentiva a expansão internacional.

“Estimamos ROAE (retorno sobre o patrimônio) de 23-24% nos próximos anos, juntamente com um alto crescimento de empréstimos de um dígito, o que poderia gerar uma quantidade significativa de capital, permitindo o alto índice de pagamento do Itaú: até o final de 2025, esperamos um índice de pagamento de 65%”, diz.

Desde 2020, o índice de pagamento do banco tem sido de 35-40%.