Itaú (ITUB4): Ação no limite? 7 analistas indicam o que fazer com papel após resultados do 2T24
O Itaú (ITUB4) voltou a reportar resultados sólidos, que ficaram dentro do consenso do mercado. Diferente dos seus rivais, Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11), o banco conseguiu manter a qualidade da maioria dos seus indicadores. Na bolsa, a ação fechou em alta de 0,27%, a R$ 33,77, depois de permanecer em queda na maior parte do pregão desta terça-feira (7). O papel chegou ao seu limite, após trimestres consecutivos de melhora?
No geral, analistas continuam otimistas com o banco. Para a XP, o Itaú apresentou outro conjunto de resultados sólidos, com destaque para o lucro de R$ 10 bilhões, alta de 2% no trimestre, e o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 22%, o maior desde 2019. Segundo a casa, os bons resultados podem ser atribuídos a um forte desempenho em todos os setores.
“Enquanto o banco de atacado entregou um retorno recorrente sobre o capital médio alocado de 28,3%, o segmento de varejo se destacou e aumentou seu retorno recorrente sobre o capital médio alocado em 50 pontos-base”, escrevem os analistas Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre.
Na visão da corretora, o forte desempenho reforça a visão positiva em relação ao Itaú. “Como resultado, continuamos confiantes de que o Itaú está apto a manter a lucratividade líder entre os bancos estabelecidos”, destaca.
O BTG classificou os números como fortes e saudáveis, com um ROE impressionante e um aumento de 22% do seu lucro antes dos impostos, “uma métrica que gostamos de seguir para monitorar o poder de geração de lucros, superando até agora sua estimativa oficial”.
- No Giro do Mercado desta quarta-feira (7), Paula Comassetto recebe a analista Larissa Quaresma, da Empiricus Research, para comentar o resultado e responder se o bancão poderá distribuir dividendos extraordinários aos investidores. Assita agora:
“Após um início fraco no primeiro trimestre, também vimos a carteira de crédito reacelerar no segundo trimestre, o que, combinado com a recuperação da carteira de cartão de crédito no segundo semestre, deve continuar suportando a margem financeira. Em suma, vemos uma combinação muito boa de crescimento e lucratividade”.
O banco destaca ainda que se “normalizarmos” sua situação de capital para os dividendos extras, “que
acreditamos que ela será capaz de distribuir nos próximos dois anos”, é possível falar em um ROE acima de 25% para uma empresa grande que gera mais de R$ 10 bilhões de lucro por trimestre e ainda é capaz de expandir o EBT 20% no ano.
Segundo a Genial, o trimestre mostra mais uma vez o sólido desempenho da gestão neste ciclo de crédito, refletindo melhorias contínuas em processos, tecnologia, modelos de crédito e na gestão de pessoas e cultura. “Na perspectiva anual, enxergamos tendências construtivas, com receitas totais em expansão (+7,7% a/a), e destaques para margem com mercado (+31% a/a) e seguros (+15% a/a)”, colocam os analistas.
Para a casa, as despesas administrativas estão sob controle (alta de 5,6%), enquanto o custo de crédito continuou melhorando (queda de 6,7%) com a inadimplência em queda (-0,3pp a/a). E embora a carteira de crédito tenha crescido de forma mais moderada (5,3%), grande parte desse movimento está alinhado com a estratégia de redução de risco na carteira pessoa física, “que deve continuar a impactar positivamente a qualidade do crédito e, consequentemente, o lucro do banco nos próximos trimestres”.
Segundo o Safra, o Itaú está colhendo os frutos da saída de risco de clientes que destruíram valor, crescendo em segmentos estratégicos, enquanto se prepara para o futuro. Os analistas notam que foram contratados mais de 700 funcionários de tecnologia no segundo trimestre. A recomendação é de compra.
Itaú: Pontos de atenção
Apesar de ter afirmado que o Itaú reportou um trimestre forte, o Bradesco BBI notou alguns pontos de atenção. Entre eles, a margem com clientes registrou seu terceiro trimestre sequencial de contrações, refletindo um mix mais fraco, com crescimento mais forte de grandes empresas.
Mas para o JPMorgan, isso não é um problema. “Os pessimistas podem argumentar que não foi tão boa como a dos pares, dado que o NPL permaneceu estável em termos trimestrais em 2,7% (a venda da carteira teve um impacto mínimo). Nós discordamos. O Itaú tem menos espaço para melhorias, pois nunca teve a mesma piora”.
O banco argumenta que embora a empresa tenha provisionado um pouco abaixo da sua nova formação de NPL (ou seja, um pouco impactada pelo câmbio), a cobertura permanece sólida.
Em suma, os analistas veem o Itaú como um bom player para tempos de incerteza, dado o seu índice CET1 de 13,1%, lucros diversificados e espaço para dividendos e recompras (a empresa fez 9-10 milhões de ações ou aproximadamente R$ 300 milhões).
O Itaú está sendo negociado a 7,3x o preço sobre o lucro (P/L) e 1,8x 24E o preço sobre o valor patrimonial (P/BV). O Bradesco também manteve a recomendação de compra, reconhecendo os fortes resultados de receitas de tarifas e seguros, enquanto as despesas permaneceram sob controle.
Já o BB Investimentos elevou o preço-alvo de R$ 43,10 (antes R$ 40) após incorporar os números do segundo trimestre ao valuation. O valor representa potencial de valorização de 28% com base no preço atual.
“Mantemos a recomendação de compra para as ações do Itaú, entendendo que o banco deve permanecer registrando resultados sólidos nos próximos trimestres”.
Veja as recomendações abaixo:
Casa | Recomendação | Preço-alvo |
---|---|---|
Bradesco BBI | Compra | R$ 45 |
Safra | Compra | R$ 39 |
BTG | Compra | R$ 41 |
JPMorgan | Compra | |
XP | Compra | R$ 42 |
Genial | Compra | R$ 40.60 |
BB Investimentos | Compra | R$ 43 |