Itaú está voltando aos poucos à normalidade, e analistas esperam salto das ações

No geral, os resultados apresentados pelo Itaú Unibanco (ITUB4), referente às operações no quarto trimestre de 2020, agradaram o paladar dos analistas de mercado. Os números vieram em linha com as expectativas, mas alguns segmentos ainda têm obstáculos a ultrapassar neste ano.

O maior banco privado do Brasil teve queda de 26,1% no lucro em relação a um ano antes, a R$ 5,388 bilhões, 1% abaixo da estimativa de consenso dos analistas, de R$ 5,44 bilhões, compilada pela Refinitiv.

O Inter Research, que está entre os agentes mais otimistas com o desempenho do Itaú, esperava um crescimento mais tímido da carteira de crédito do banco, mas no varejo o desempenho foi satisfatório.

“Nossa expectativa é que com o aumento das taxas de juros em 2021 a taxa média possa apresentar uma leve recuperação, porém ainda mantendo-se em níveis abaixo da média de 2019, em 10%”, comenta o analista Matheus Generoso do Amaral, sobre o impacto da Selic no banco no decorrer de 2021.

Para além dos números, o BTG Pactual (BPAC11) também celebra a guinada digital adotada pelo Itaú, diante do ambiente fértil de fintechs e carteiras digitais que têm brotado no Brasil.

“A agenda de transformação digital encabeçada pelo novo CEO Milton Maluhy Filho naturalmente vai muito além da função de apenas manter o legado na gestão da companhia”, destacam os analistas Eduardo Rosman e Thomas Penedo, do BTG.

Em nota, o novo presidente-executivo do Itaú disse que, para enfrentar um 2021 desafiador, o banco buscará cortar custos e acelerar o crescimento.

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Na visão da Guide Investimentos, a qualidade da  operação da empresa deve impulsionar um rápido movimento de retomada, que pode contribuir para uma contínua redução nas despesas. Ainda assim, a corretora espera impacto neutro para as ações do Itaú.

Spoiler em 2021

Em 2021, o Itaú Unibanco projeta um crescimento entre 5,5% e 9,5% para a carteira de crédito total. A estimativa inclui garantias financeiros e títulos privados e faz parte do conjunto de metas (guidance) divulgado pelo banco para 2021.

Para o Safra, o guidance divulgado alimenta a narrativa de recuperação, que tende a se consolidar ainda neste ano.

Do lado positivo, mas nem tanto assim, está a Ágora Investimentos em relação às oportunidades de ganhos com as ações do Itaú.

“Os lucros podem continuar se recuperando nos próximos trimestres. Ao contrário dos resultados anteriores, no entanto, os valuations não são mais uma pechincha”, advertem os analistas Victor Schabbel e Ricardo França, alegando que as ações do banco já estão relativamente precificadas.

A XP Investimentos é outra que avalia um preço justo para os papéis do banco.

“Acreditamos que a ação esteja sendo negociada a um preço justo se considerarmos o setor bancário, que está com menores barreiras de entrada e vários novos competidores”, conclui o analista Marcel Campos, especializado no setor financeiro.

Veja a seguir as recomendações de diversas corretoras para as ações do Itaú até o final de 2020: