Itaú está pronto para encarar o coronavírus, dizem BTG, XP, Planner e UBS
A cúpula do Itaú Unibanco (ITUB4) realizou uma teleconferência com analistas para tratar do impacto da pandemia de coronavírus sobre suas operações.
A julgar pelos relatórios divulgados nesta terça-feira (7), a avaliação geral dos analistas é positiva, exceto pela redução do pagamento de dividendos, determinada pelo Banco Central.
Na conversa, a diretoria do Itaú informou que, pelo menos até setembro, deve distribuir apenas o mínimo determinado por lei, equivalente a 25% do lucro.
A resposta mais forte veio da Planner Corretora, que cortou o preço-alvo do papel de R$ 43 para R$ 32, embora tenha mantido a recomendação de compra.
Pesaram, nessa conta, o aumento do custo de crédito em 200 pontos-base, para 12,5%, e a redução do pagamento de dividendos. Com isso, a corretora chegou a um ROAE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio) de 18,8% para 2020, ante os 23,7% em 2019.
Índice de Basiléia
O UBS também manteve sua recomendação de compra, sem mexer no preço-alvo de R$ 27. O relatório do banco suíço, ao qual Money Times teve acesso, lembra que a indicação do Itaú foi, recentemente, elevada pelos analistas.
Contudo, o Bradesco (BBDC4) ainda é a preferida (top pick) do UBS para o setor.
Já o BTG Pactual (BPAC11) destacou a provável queda do índice de Basiléia do Itaú (a proporção de capital próprio sobre o total emprestado) para menos que os 13,5% previstos no guidance deste ano do banco, devido à desvalorização cambial.
Segundo a convenção internacional, a recomendação para os bancos brasileiros é que a taxa fique acima dos 11%.
A XP Investimentos enfatizou as medidas comunicadas pela diretoria do Itaú para conter a pandemia, como a colocação de 40 mil funcionários em home office, férias para quem integra grupos de risco e a antecipação do 13º salário dos empregados.