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Itaú entregou o que o mercado queria: resultados fortes e com qualidade; hora de comprar a ação?

03 ago 2021, 15:16 - atualizado em 03 ago 2021, 15:25
Itaú
Aproveitando-se do momento mais otimista, a empresa elevou suas projeções de crescimento do crédito  (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

Os resultados do Itaú (ITUB4) chamaram a atenção para um setor que sofreu duras penas durante a pandemia. E, que agora, volta para os radares dos investidores, visto que as ações não se recuperaram completamente do tombo da Covid.

O maior banco do Brasil reportou lucro de R$ 6,543 bilhões no período, quase em linha com uma estimativa de R$ 6,424 bilhões compilada pela Refinitiv e alta de 55,6% em relação ao ano anterior.

O lucro também foi apoiado pela receita de tarifas, que cresceu 14,4% ano a ano, com impulso de cartões de débito e crédito, gestão de ativos e boom do mercado de capitais.

Segundo o Credit Suisse, o setor bancário foi o grande destaque da Bolsa nos últimos dias e o resultado do Itaú chegou a ser motivo de comemoração de alguns gestores que estão sofrendo há bastante tempo com a posição em bancos.

“Acreditamos que os bons números devem trazer mais combustível para este movimento”, diz.

Para a Ágora Investimentos, o banco melhorou naquilo que os mercados estão desconfiados: sua qualidade.

“O Itaú apresentou um conjunto sólido de resultados e com melhor qualidade, além de emitir uma revisão positiva do guidance. Continuamos a ver tendências positivas para a receita líquida de juros nos próximos trimestres, à medida que o crescimento dos empréstimos continua a acelerar devido a uma melhor combinação, enquanto as receitas de tarifas também foram uma surpresa positiva”, apontam os analistas Gustavo Schroden e Maria Clara Negrão.

Aproveitando-se do momento mais otimista, a empresa elevou suas projeções de crescimento do crédito para 8,5 a 11,5% (antes em 5,5% a 9,5%) e a receita líquida de juros com o mercado para R$ 6,5 a 8 bilhões (antes em R$ 4,9 a R$ 6,4 bilhões).

Além disso, diminuiu os encargos de provisão para R$ 19 e R$ 22 bilhões.

A XP também destacou a melhora da qualidade das cifras, com a inadimplência abaixo do esperado apoiando o melhor desempenho.

Para a Genial, o Itaú está passando por uma fase de “inflexão”, com os números apontando para a volta à normalidade

“No entanto, os investidores devem observar que, no semestre, a margem financeira foi positivamente impactada por menores despesas de recursos de mercados interbancários, que vieram abaixo do esperado devido às variações cambiais”, ressalta a corretora, reafirmando sua recomendação neutra para os papéis.

O BofA pontua que houve uma forte recuperação nos empréstimos ao consumidor e na geração de receitas de tarifas (apesar da cisão da XP), reflexo da retomada econômica e de uma melhoria sequencial na margem com base de clientes pela primeira vez em mais de dois anos.

Ademais, as despesas operacionais cresceram mais devagar do que a inflação, refletindo os esforços de corte de custos, e os índices de inadimplência ficaram próximos aos mínimos históricos.

“Esperamos que o ímpeto dos lucros continue a melhorar, enquanto consideramos a avaliação atraente”, completa.

Para a Genial, o Itaú está passando por uma fase de “inflexão”, com os números apontando para a volta à normalidade.

“Vemos uma melhora na qualidade do resultado, com uma evolução da receita de juros com clientes – principal ponto que nos preocupava e que começa a ter evolução mais contundente”, realça.

O que esperar daqui para frente?

No geral, o mercado está otimista com o futuro do Itaú e com o que as ações podem entregar daqui para frente.

“Os resultados do Itaú foram bons e como o esperado, confirmando nossa visão de que 2021 deve ser um ano de impressionante recuperação nos lucros para o banco, levando a um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) mais normalizado à níveis altos”, acentua o Banco Safra.

Na visão da Ágora, o Itaú está bem preparado para apresentar forte crescimento de lucros e expansão do ROE no futuro, enquanto negocia com uma avaliação atrativa de 2022 P/L (preço sobre o lucro) de 8,5x (excluindo a XP), em comparação aos 9,1x do Santander.

Veja abaixo a recomendação das corretoras:

Corretora Recomendação Preço-alvo
XP Neutra R$ 28
Safra Compra R$ 38
BofA Compra R$ 34
Genial Compra R$ 42
Ágora Compra R$ 38

 

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