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Itaú e Santander serão os mais afetados por alta na CSLL, diz XP

14 jun 2019, 12:37 - atualizado em 14 jun 2019, 13:05
Itaú, Santander e Bradesco lucraram mais que R$ 16 bilhões no primeiro trimestre (Imagem: Pixabay)

Em face da proposição de aumento da alíquota de CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) de bancos para prover recursos capazes de levar adiante a Reforma da Previdência, a XP Investimentos publicou análise sobre a proposta do relator Samuel Oliveira, no qual avalia o impacto para o setor financeiro do aumento do tributo.

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O deputado Samuel Oliveira propôs o aumento na alíquota da CSLL de 15% para 20%, com o intuito de compensar a desidratação da Reforma da Previdência. Conforme os cálculos do relator, a arrecadação adicional seria de R$ 50 bilhões em 10 anos. Cabe destacar que, entre o fim de 2015 e 2018, a alíquota da CSLL foi de 20%.

Em adição, vale ressaltar que, somente no primeiro trimestre deste ano, Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) lucraram em conjunto, aproximadamente, R$ 16,41 bilhões.

Em cálculo simples, 2019 poderá apresentar lucro líquido conjunto superior a R$ 64 bilhões dos três maiores bancos privados do Brasil, em um dos setores mais oligopolizados da economia brasileira, concentração essa nada alterada pelos governos do PT.

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Impacto limitado

A XP Investimentos acredita que a medida teria um impacto de 5% a 10% nos preços-alvo das ações caso a alíquota persista por mais de 3 anos. “Entretanto, este risco não muda nossa visão estrutural positiva com o setor e mantemos nossas recomendações e preços-alvo inalterados”, avaliam os analistas.

“Fizemos alguns cálculos simples para avaliar o possível impacto nas ações. Por uma questão de simplicidade, assumimos que a alta de 5% impactaria todo o estoque de crédito tributário e seria reconhecida em 2020”, pondera a corretora.

Para a instituição, Itaú e Santander deverão ser os mais impactados negativamente caso a nova taxa seja aplicada. “O “break even” na tabela é o intervalo de tempo aproximado em que o benefício fiscal imediato seria 100% consumido pela alíquota mais alta e, portanto, representa quando ela passaria a prejudicar os retornos em termos de valor presente”, dizem os analistas.

Confira abaixo tabela com cálculos e preços-alvo para as ações: