Carrefour

Itaú e Magliano recomendam ação do Carrefour; queda é oportunidade de compra

31 ago 2017, 23:34 - atualizado em 05 nov 2017, 13:57

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Por Sandra da Motta, para o Portal do Pavini

Depois de realizar a maior oferta inicial de ações (IPO) em quatro anos em 20 de julho, levantando cerca de R$ 5,1 bilhões, o Carrefour Brasil começa a ter seus papéis avaliados pelo mercado. O primeiro hipermercado do país, inaugurado em meados da década de 1970 e hoje o maior varejista brasileiro, recebeu indicações de compra de duas instituições para suas ações ordinárias (ON, com voto) registradas pelo código CRFB3 na bolsa.

A Corretora Magliano projeta um preço justo de R$ 22,16 para o papel nos próximos 12 meses. O papel fechou hoje no pregão da B3 em queda de 1,25%, a R$ 15,80. “Mesmo com indicadores de confiança dos consumidores e comércio ainda apresentando  tom de cautela em função das incertezas no cenário político, acreditamos que os sinais de melhora da atividade econômica e desaceleração dos níveis de preços tenderão a contribuir para a retomada do consumo no país nos próximos meses”, destaca nota da Magliano.

Na avaliação da corretora, apesar do cenário macroeconômico desafiador, os resultados da companhia foram consistentes e seguem com boas perspectivas diante do processo de aberturas de novas lojas, ampliação de seu canal e-commerce e emissões dos cartões com bandeira própria. Relatório da Magliano considera ainda que “a expectativa de retomada do consumo brasileiro, aliada às iniciativas de produtividade e economias de custos da companhia, trazem um potencial de ganhos de margens nos próximos trimestres.”

Também com recomendação de compra, o analista Thiago Macruz, do Itaú BBA, destaca que a  flexibilidade para atender a demanda ajudará a companhia a aproveitar as oportunidades do mercado, o que leva o banco a uma recomendação de outperform (compra/ desempenho acima da média do mercado), e a um preço justo de R$ 20,00 para a ação no fim de 2018.

Ações caem com dados globais e criam oportunidade de compra

No pregão de ontem da B3, houve  queda nas ações da empresa no país (-2,62% no fechamento, a R$ 16),  que se intensificou após a teleconferência mundial do grupo francês sobre números do primeiro semestre, com mudança (para baixo) nas estimativas de alta nas vendas globais neste ano — o que teria ocorrido muito em função da queda acentuada da inflação de alimentos no Brasil, com possíveis efeitos negativos sobre a receita.

O analista da Magliano, Carlos Soares Rodrigues, diz que a notícia de revisão da meta global do grupo não muda avaliação sobre o papel. “Mantemos nosso posicionamento, continuamos vendo perspectivas de melhora na atividade econômica, com reflexos positivos no consumo e no setor de alimentos”, afirma o analista, acrescentando que “a queda de ontem criou, inclusive, oportunidades para a compra do papel”.

IPO e resultados

O Grupo Carrefour Brasil concluiu seu IPO (siga em inglês para Initial Public Offering, ou Oferta Pública Inicial de ações)  no dia 20 de julho passado e se tornou a primeira operação de varejo subsidiária direta do Grupo Carrefour Global a ser listada em bolsa de valores. A empresa está agora entre as 15 principais companhias em termos de capitalização de mercado.

Os recursos levantados foram destinados para reforço de caixa e para o pagamento de sua dívida “inter-company” em favor do Carrefour Finance, segundo informações da empresa.

Apesar da desaceleração dos preços dos alimentos, a receita bruta do Carrefour, excluindo as receitas com postos de combustíveis, somou R$ 12,2 bilhões, com crescimento de 10,4% em relação ao ano anterior.

Aumento nas vendas do varejo

As vendas brutas do  Varejo tiveram crescimento de 11,9%, passando de R$ 3,43 bilhões no segundo trimestre de 2016  para R$ 3,84 bilhões no segundo trimestre deste ano – no conceito mesmas lojas, excluindo gasolina, e descontado o efeito calendário, devido à Páscoa, o crescimento foi de 3,6%.

O forte desempenho de não-alimentos, a expansão das lojas de conveniência e o desenvolvimento do comércio eletrônico para não-alimentos ajudaram a mitigar o efeito brusco da redução na taxa de inflação alimentar e a demanda mais fraca no período.

No mesmo período a receita bruta do segmento  Atacadão totalizou R$ 8,3 bilhões (+9,7%), refletindo a expansão de 65 lojas do Atacadão e Express nos últimos 12 meses. No conceito mesmas lojas, segundo informações da companhia, as vendas do Atacadão mostraram aumento de 4,9% no trimestre e de 5,0% no semestre, incluindo efeito calendário.

EBTIDA ajustado: alta de 3,50%

Em comparação com o segundo trimestre do ano passado, o Ebitda ( Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) ajustado passou de R$ 799 milhões em 2016 para R$ 827 milhões no segundo trimestre de 2017, crescimento de 3,50%. Este resultado é explicado pelos ganhos de margem bruta nos segmentos Varejo e Atacadão decorrentes das negociações com fornecedores, melhorias operacionais e efeito da recente exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e Cofins no primeiro semestre.

No mesmo período, o Ebitda ajustado do Banco CSF apresentou decréscimo de R$ 91 milhões ao passar de R$ 198 milhões para R$ 107 milhões (- 45,8%). A redução deveu-se aos seguintes fatores: nova resolução para utilização do rotativo nos cartões de crédito, que entrou em vigor em abril 2017 e limitou o uso do rotativo em 30 dias;  investimento do CSF na implantação do cartão de crédito Atacadão e adoção de uma política de provisionamento de crédito conservadora.

Lucro líquido atinge R$ 87,9 milhões no segundo trimestre

O Lucro líquido foi de R$ 87,9 milhões no segundo trimestre de 2017, com alta de + 90,6% anualizada( y/y), levando a uma margem líquida de 14,7%, ganho de 5,92 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior. Além dos fatores acima referidos, destaca-se também a melhora do resultado financeiro, que passou de uma despesa de R$ 15,04 milhões no segundo trimestre do ano passado para uma despesa de R$ 12,7 milhões, explicado pelas menores despesas financeiras decorrentes da amortização parcial de suas debêntures e queda das taxas de juros de suas dívidas.

Cartão de crédito Atacadão: tíquete médio mais alto

A companhia informou que pretende concluir a implementação do cartão de crédito Atacadão em todas suas lojas até o final de setembro. Segundo informações divulgadas em teleconferência com analistas e investidores, o tíquete médio das vendas com este meio de pagamento tende a ser mais alto que em outras modalidades.

Após o lançamento bem-sucedido das atividades de e-commerce não-alimentar, a empresa informa que pretende expandir os serviços nesta modalidade para o segmento alimentar ao longo do terceiro trimestre deste ano.

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