Mercados

Itaú BBA vê Ibovespa aos 145 mil pontos ao final de 2025 — e aponta 8 ações para o longo do ano

13 jan 2025, 12:59 - atualizado em 13 jan 2025, 12:59
ações ibovespa banco do brasil
Na visão do Itaú BBA, a bolsa brasileira segue ainda barata e as ações devem continuar descontadas em meio à alta nos juros e na inflação (Imagem: Bigc Studio)

Depois de expectativas frustradas em 2024, o Itaú BBA começa o novo ano apostando em um salto do Ibovespa (IBOV). 

O banco prevê o principal índice da bolsa brasileira aos 145 mil pontos no final de 2025. Considerando que o Ibovespa segue na casa dos 120 mil pontos desde o início do ano, a potencial valorização é de cerca de 21%. 

Um dos motivos para a aposta na alta da bolsa é o valuation

Nas contas dos analistas do Itaú BBA, o Brasil é negociado a um múltiplo de 6,8 vezes a relação entre o preço e lucro (P/L) das ações que compõem o Ibovespa — o menor nível em 30 meses e abaixo da média dos últimos 10 anos de 10,2x P/L. 

Isso porque “os investidores estão apostando em um clima de baixa para o país”, afirma a equipe liderada por Daniel Gewehr. 

Vale lembrar que o múltiplo P/L mostra em quantos anos o investidor tem de volta o valor investido com base nos lucros das companhias. Ou seja, quanto menor o P/L, mais baratas estão as ações. 

“O Ibovespa está se aproximando do território de sobrevenda [119 mil pontos], mas ainda é um cenário desafiador para a indústria de fundos local e o humor dos estrangeiros”, diz o relatório. 

Outros gatilhos para o Ibovespa

Além da bolsa brasileira ainda mais ‘barata’, os analistas do Itaú BBA avaliam que outros fatores devem impulsionar o Ibovespa para o nível dos 145 mil pontos. 

O primeiro deles é que as ações negociadas no Ibovespa devem permanecer em níveis atrativos e descontadas em relação à média histórica. 

“Considerando nossa cobertura completa no Brasil e dividida em 16 setores, vemos cada setor negociado com desconto em relação à média de cinco anos”, escrevem os analistas. 

Para eles, os setores de Educação, Saúde e Construção apresentam os maiores descontos, enquanto Utilities (serviços públicos), Siderurgia e Mineração e Bancos negociam com menores descontos. 

Os riscos também estão na mesa

O Itaú BBA, porém, não descarta os riscos: o cenário macroeconômico tanto doméstico quanto externo. 

Por aqui, a taxa básica de juros, a Selic, deve permanecer elevada. Nas projeções do banco, a Selic deve atingir 15% ao longo de 2025. Hoje, a taxa está em 12,25% ao ano.

Além disso, as incertezas sobre as contas do governo e a trajetória da dívida pública ainda permanecem. O pacote fiscal, apresentado em novembro passado, “é insuficiente para garantir o cumprimento do quadro fiscal até 2026”, diz o relatório do Itaú BBA. 

Há também o risco inflacionário. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é indicador oficial de inflação do país, fechou 2024 em 4,83% — acima do teto estabelecido para o ano. 

“A depreciação cambial e o mercado de trabalho apertado persistem como principais riscos ascendentes [para inflação], apenas parcialmente compensados pela possibilidade de preços mais baixos dos alimentos (particularmente proteínas)”, afirma a equipe liderada por Daniel Gewehr. 

Nas projeções do Itaú BBA, o IPCA deve atingir 5% neste ano, também acima do teto da meta (de 4,5%). 

Esses fatores devem também impactar o crescimento dos lucros das empresas. Embora a projeção seja de alta de dois dígitos, há o risco de revisões para baixo em cenário de taxas de juros e de inflação mais altas. 

No exterior, a atividade econômica dos Estados Unidos continua resiliente e deve resultar em menos cortes nos juros pelo Federal Reserve (Fed)

Além disso, a agenda do novo governo de Donald Trump deve levar ao aumento de tarifas, um déficit público crescente e restrições à imigração ilegal.

A considerar a China, existem promessas de novos estímulos à economia, mas os analistas do Itaú BBA consideram que a a postura política permanecerá mais reativa do que proativa. A projeção do banco é de um crescimento de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano — abaixo dos 5% esperado pelo governo chinês. 

Já a Europa deve ter um baixo crescimento em meio a uma maior incerteza política e global. 

Quais ações colocar na carteira? 

A considerar o cenário macroeconômico, principalmente em relação ao ciclo de aperto monetário e às incertezas fiscais, o banco continua a ver os valuation das ações brasileiras em níveis atrativos e descontadas a média histórica.

Sendo assim, o banco atualizou as ações preferidas, as top picks. Confira:

Ação  Ticker Preço-alvo
Equatorial EQTL3 R$ 50,10
Sabesp SBSP3 R$ 143,30
Direcional DIRR3 R$ 36,00
Caixa Seguridade CXSE3 R$ 17,00
BTG Pactual BPAC11 R$ 40,00
Suzano SUZB3 R$ 72,00
Petrobras PETR4 R$ 49,00
Rede D’Or RDOR R$ 41,00

 

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar