Itaú BBA revisa estimativas para ação da Ultrapar e atualiza preço-alvo a R$ 23
O Itaú BBA atualizou o preço-alvo dos papéis da Ultrapar (UGPA3) para 2020 a R$ 23 por ação. A mudança, de acordo com o analista Andre Hachem, vem pelo fato de que existe pouca oportunidade de expansão inorgânica ou grandes melhorias operacionais, uma vez que o crescimento da empresa depende de fatores macroeconômicos – incluindo a recuperação de spreads petroquímicos – e da recuperação efetiva da economia.
“O crescimento futuro da Ultrapar será silenciado em comparação com suas perspectivas passadas”, diz o analista. “Diante disso, mantemos nossa recomendação de Market perform – desempenho em linha com a média do mercado”.
A equipe de análise do banco também revisou as estimativas para as ações da Ultrapar, destacando três novos fatores que irão moldar o futuro da companhia.
Hachem afirma que as duas principais empresas do portfólio da Ultrapar, Ipiranga e Ultragaz, estão em uma fase madura de seus ciclos de vida.
“Em ambos os casos, a expansão a médio prazo deve ser amplamente limitada ao crescimento geral do PIB. A expansão inorgânica via M & A para ambos parece fora de questão”, avalia o analista.
Outro fato destacado por Hachem é a menor disponibilidade de eteno derivada do cenário competitivo criado pelo gás de xisto nos Estados Unidos. Isso, de acordo com o especialista, tem dificultado a competitividade da Oxiteno.
“No caso da Ipiranga, a Petrobras está se reposicionando a jusante, o que introduziu volatilidade nas margens e impulsionou a nova concorrência”, complementa Hachem.
Por fim, o analista chama a atenção para uma série de discussões regulatórias e fiscais em andamento, que podem afetar as operações das empresas controladas pela Ultrapar.
“Embora o impacto dessas mudanças regulatórias e sua implementação efetiva ainda estejam em debate, é importante destacar que a maioria dessas discussões foi inexistente ou insignificante três ou quatro anos atrás”, pontua Hachem.