Raízen (RAIZ4) e São Martinho (SMTO3) ‘injustificadamente baratas’: BBA vê janela de oportunidade para investidor
O Itaú BBA atualizou seu modelo para açúcar e etanol para incluir novas estimativas de preços, câmbio e custo de capital.
Assim, a corretora cortou os preços-alvo para 2023 das ações, mas manteve a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a compra). O alvo das ações da São Martinho (SMTO3) e Raízen (RAIZ4) passaram para R$ 35 e R$ 5, respectivamente.
Na visão do Itaú BBA, o caminho dos produtores do setor tem contado com alguns percalços, como a volatilidade natural do preço das commodities escalada por mudanças nos impostos domésticos de combustível e as incertezas persistentes relacionadas à política de preços da Petrobras na nova gestão.
Desde o relatório publicado em agosto de 2022 pelo Itaú BBA, São Martinho e Raízen registraram quedas de 17% e 27%, respectivamente, contra a alta de 7% do Ibovespa no período.
Com a queda das ações, analistas da instituição passaram a acreditar que ambas as ações se tornaram “injustificadamente baratas”, criando uma boa oportunidade de entrada para investidores de longo prazo dispostos a aguardar até que os catalisadores se materializem.
Dentre os catalisadores, estão a conclusão do estudo de produtividade da Raízen em 2025/2026 e a construção da planta de milho da São Martinho em 2023/2024.
Além disso, no relatório desta quarta-feira (12), o Itaú BBA acabou elevando sua projeção de preço do açúcar em 2023/2024, de US$ 17,50/lp para US$ 20,00/lp, com base na perspectiva de oferta e demanda mais apertada neste ano.
Recomendação
São Martinho (SMTO3)
O Itaú BBA tem a convicção de que, no curto prazo, os investidores podem se beneficiar de um potencial de alta significativo das ações da São Martinho, na ordem de 20%. Na avaliação dos analistas, é um bom nome para carregar, com yield de fluxo de caixa livre oscilando entre 8-10% nos próximos anos.
Entre as empresas do setor de açúcar e etanol, a São Martinho é a mais eficiente, defende o Itaú BBA.
Raízen (RAIZ4)
No caso da Raízen, o Itaú BBA gosta da exposição da empresa a tendência seculares nos mercados de combustíveis e energia renováveis, enquanto avança em sua agenda de produtividade no médio prazo e se mantém relativamente estável no curto prazo (apesar do cenário turbulento), devido ao ser perfil diversificado de geração de receitas.
- Minerva (BEEF3) ainda é ‘compra’? BTG corta preço-alvo em meio à fase ruim dos frigoríficos
- 5 small caps do agro para ficar de olho em 2023, segundo XP
Na avaliação da corretora, em termos de valuation, a proposta risco-retorno parece atraente. O Itaú BBA também destaca que a incorporação do primeiro estágio dos projetos E2G no modelo leva em consideração apenas as nove primeiras plantas, o que deixa espaço para potencial de alta.