Itaú Unibanco corta projeção para inflação em 2025 e diz que riscos de baixa superam de alta

O Itaú Unibanco revisou sua projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,7% para 5,5% em 2025. A mudança vem após a casa incorporar dois dos principais vetores de baixa para a inflação: o eventual corte nos preços da gasolina e a queda de preços de commodities metálicas.
O economista-chefe Mario Mesquita e sua equipe afirmam que a defasagem atual entre os preços internacionais e aqueles praticados pela Petrobras (PETR4) abre espaço para uma redução dos valores do combustível nas refinarias no curto prazo.
Já a queda recente nos preços de commodities metálicas levou a instituição a revisar para baixo a projeção de inflação de bens industriais.
Os economistas afirmam que os riscos permanecem assimétricos, mas com viés de baixa. Os vetores de alta estão concentrados nos valores domésticos de commodities agrícolas, diante do aumento das exportações com a guerra comercial entre Estados Unidos e China, com a inflação de serviços ainda pressionada.
“Os riscos baixistas para a inflação seguem superando os riscos altistas em 2025”, afirmam.
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Por um lado, o Itaú aponta que uma nova rodada de queda nos preços do petróleo e de commodities metálicas poderia contribuir para uma inflação ainda mais benigna, mas ainda distante da meta perseguida pelo Banco Central (BC) de 3%.
Por outro, o setor de alimentos apresenta riscos altistas. “O aumento das exportações de produtos agrícolas, impulsionado por tensões no comércio global, pode gerar pressão adicional sobre os preços domésticos dessas commodities – houve um ágio significativo da cotação doméstica da soja frente à referência internacional quando da primeira guerra comercial”, dizem.
Para 2026, o banco revisou a projeção do IPCA de 4,5% para 4,4%, incorporando a inércia menor em 2025.