Economia

Itaú analisa três temas que podem influenciar as ações: tarifas de importação, privatização e IR sobre dividendos

08 jan 2019, 20:43 - atualizado em 08 jan 2019, 20:43

Itaú

Por Arena do Pavini – Diferente de 2018, o Itaú BBA, braço de investimentos do Itaú Unibanco,  espera que as ações do setor doméstico superem o Índice Bovespa em 2019, enquanto as dos setores financeiro e de commodities provavelmente ficarão para trás. O banco vê maiores riscos externos, com a economia global, do que com o cenário local, com expectativa de aprovação de reforma da Previdência aumentando e uma retomada mais forte do crescimento. O banco vê ainda maior crescimento do lucro por ação das empresas do Índice Bovespa, que pode chegar a 38% este ano, mais que os 24% esperados pelo mercado. Desse crescimento, a maior parte virá das empresas de commodities, com 33% a mais que em 2018, seguidas pelo mercado doméstico, com crescimento de 25% e pelo setor financeiro, com 14% de crescimento.

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A corretora escolheu três temas para acompanhar de perto e que podem influenciar o investimento em ações neste ano: redução de tarifas de importação, a privatização e impostos sobre dividendos.

Segundo a corretora, os produtores de aço e etanol devem ser os mais afetados por eventuais reduções nas tarifas de importação. Hoje, a tarifa média no Brasil é de 12%, a quarta maior entre os emergentes, que cobram em média 6% das compras no exterior. O país só perde para Paquistão e Índia, com 16% e 12% de alíquotas médias, e empata com a Argentina, com 12% também. Os setores que mais se beneficiam são os de veículos e vestuário, que segundo o banco têm alíquotas de 34%, 22 pontos acima da média.

Na siderurgia, Usiminas seria uma das mais afetadas e Gerdau, a menos exposta, por sua diversificação regional. CSN teria a vantagem da maior exposição ao segmento de mineração. Hoje, as tarifas são de 12% sobre o aço. No caso de Papel e Celulose, a Suzano é a menos dependente de vendas locais, enquanto Klabin é mais eficiente que seus concorrentes externos.

Os frigoríficos JBS e Marfrig já são grandes exportadores, com mais de 80% das receitas vindo de fora e pouco sofreriam com menores alíquotas de importação. BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, por sua vez, é mais dependente do mercado local, mas seus preços são menores que os dos concorrentes externos. Já no caso de etanol, o impacto de uma redução das alíquotas de importação dos EUA, hoje de 20%, teria maior efeito.

Um setor que poderá sofrer é o de roupas, cuja alíquota de importação é de 35%, especialmente as empresas que têm fabricação e distribuição próprias. Guararapes e Hering seriam afetadas.

Tributação de dividendos

No caso da tributação de dividendos, um imposto de 15% e o fim do juro sobre capital próprio poderiam levar o Índice Bovespa a perder 15% de seu valor de mercado. O valor só não cairia se o governo, ao mesmo tempo, cortasse o imposto médio das empresas de 39% hoje para 25%. O setor financeiro seria um dos mais prejudicados, enquanto consumo discricionário e energia se beneficiariam.

Um imposto sobre dividendos apenas terá impacto negativo maior em setores de cuidados de saúde, consumo discricionário (aquele de produtos não básicos, como roupas e bens de consumo), serviços e indústrial. Já o juro sobre capital próprio afetará mais telecomunicações, finanças e cuidados da saúde.

Já a tributação de dividendos e juros sobre capital junto com um corte de impostos das empresas favoreceria os setores de consumo discricionário, energia e prestação de serviços públicos.

Privatização

Já a privatização ofereceria um grande número de opções de venda para o governo, estima o Itaú BBA, principalmente por meio do BNDES, da Petrobras, da Eletrobras, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.  O levantamento feito pelo banco mostra que o governo federal participa de 82 empresas de serviços como energia e saneamento, 30 de óleo e gás, 25 no setor financeiro, 21 de transporte e logística, 13 do setor industrial, 12 de TI, 7 do agronegócio, 7 de saúde e 6 de mineração. Metade dessas participações são companhias com presença nacional. E 38 das companhias são listadas na bolsa B3, com um valor de mercado das participações do governo de R$ 330 bilhões.

Ajuste na carteira recomendada

Com base nesses estudos, o Itaú ajustou sua carteira de ações recomendadas para grandes investidores, a Brazil Buy List. A corretora sugere maior exposição a: i) aumento da eficiência das empresas estatais, por meio da Copasa; ii) uma recuperação da economia local, com Cyrela, Azul e Localiza; e iii) valor de mercado atrativo, por meio de Estácio e Fleury. Para o setor Financeiro e de Commodities, com menores potenciais de alta, a corretora do Itaú cita o tema da maior eficiência das empresas estatais (com Banco do Brasil e Petrobras) e ações que se beneficiam de uma economia local mais forte (como o Bradesco) e de uma alto rendimento de dividendos (como Bradespar).

Recentemente, o banco excluiu Cemig de sua Brazil Buy List e incluiu Fleury. Com isso, a carteira ficou com  Azul ON (AZUL4), Banco do Brasil ON (BBAS3), Bradesco PN (BBDC4), Bradespar PN (BRAP4), Copasa ON (CSMG3), Cyrela ON (CYRE3), Estácio ON (ESTC3), Fleury ON (FLRY3), Petrobras PN (PETR4) e Localiza ON (RENT3).

Além dessa carteira, a corretora tem uma para os clientes de varejo com cinco papéis, a Top Five. Ela inclui quatro papéis da Brazil Buy List, Azul, Estácio, Fleury e Petrobras e mais Marfrig.

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