Itália e França têm forte queda no consumo de energia por epidemia de coronavírus
A demanda por eletricidade na Itália e na França teve forte retração nas últimas semanas devido a medidas de isolamento impostas pelos governos para lidar com a disseminação do coronavírus.
O consumo de energia elétrica em regiões ao norte da Itália recuou 25% na comparação anual nas últimas semanas, disse nesta quinta-feira o presidente da elétrica A2A, com sede em Milão, enquanto no restante do país houve queda de cerca de 15%.
Na França, a operadora da rede elétrica local, RTE, disse que a demanda caiu 15% frente ao nível normal para esse período do ano devido à desaceleração da atividade econômica associada à epidemia.
A Itália, que registra 3.405 mortes desde o início do surto do vírus no país, em 21 de fevereiro, estabeleceu um isolamento praticamente total para seus habitantes, medida depois adotada por outros países, incluindo a França.
Os casos na Itália, no entanto, continuam crescendo, o que faz com que o governo atualmente considere medidas ainda mais duras.
“O norte é a área que está sofrendo mais, mas ao mesmo tempo nós registramos uma queda nas emissões de dióxido de carbono porque há menos atividade industrial”, disse o CEO da A2A, Valerio Camerano, em teleconferência sobre os planos do grupo no período 2020-2024.
A francesa RTE disse que o isolamento, em vigor desde terça-feira, mudou o padrão de consumo de eletricidade no país, com mais pessoas trabalhando de casa enquanto indústrias cortaram produção.
“O consumo de energia elétrica cresce mais devagar que o usual pela manhã e não chega ao pico até por volta de 13h. À tarde, o consumo também cai mais acentuadamente que o normal”, disse a operadora de rede.