Internacional

Itália e França reforçam laços perante teste de saída de Merkel para Europa

26 nov 2021, 10:25 - atualizado em 26 nov 2021, 10:25
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, e o presidente francês, Emmanuel Macron, assinaram o novo pacto no Palácio Quirinale em Roma (Imagem: REUTERS/Remo Casilli)

Itália e França firmaram um tratado nesta sexta-feira para fortalecer os laços bilaterais e sua coordenação dentro da Europa no momento em que a diplomacia da União Europeia está sendo testada pela partida da chanceler alemã Angela Merkel.

O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, e o presidente francês, Emmanuel Macron, assinaram o novo pacto no Palácio Quirinale em Roma.

Mais tarde, uma formação de aviões soltando fumaça nas cores dos dois países percorreu o céu.

“O tratado… marca um momento histórico nas relações entre nossos dois países. França e Itália estão consolidando mais nossos laços diplomáticos, comerciais, políticos e culturais”, disse Draghi aos repórteres.

A cerimônia de assinatura veio pouco depois de um novo pacto para formação de um governo de coalizão ser acertado na Alemanha, encerrando 16 anos de comando de Merkel, que foi a líder incontestável da Europa e forjou laços especialmente estreitos com sucessivos líderes franceses.

Acredita-se que o novo governo de Berlim será mais autocentrado, especialmente no início do mandato, e tanto a Itália quanto a França estão ansiosas para aprofundar as relações em um período ofuscado pela incerteza econômica, a pandemia, uma Rússia mais assertiva, uma China em ascensão e os Estados Unidos menos engajados.

Macron disse que o Tratado de Quiranale, batizado em homenagem à residência romana do presidente italiano, não muda o relacionamento francês com a Alemanha, mas que é complementar e que visa fortalecer todo o continente.

“O objetivo que estamos seguindo… é ter uma Europa mais forte e soberana… uma Europa que sabe como proteger suas fronteiras e se defender”, disse Macron.

O tratado foi vislumbrado originalmente em 2017, mas as negociações travaram no ano seguinte quando um governo populista tomou posse em Roma e se chocou repetidamente com Macron por causa da imigração.

A iniciativa ganhou alento neste ano na esteira da nomeação de Draghi para liderar um governo italiano de união, e os dois líderes se encontraram várias vezes nos últimos meses, trabalhando de perto em áreas que causavam atritos, como os esforços para encerrar anos de conflito na Líbia.

O Tratado de Quirinale, vagamente baseado em um pacto franco-germânico de 1963, fará com que os dois países busquem um terreno comum antes de cúpulas da UE, assim como a França já coordena a formulação de políticas europeias cruciais com a Alemanha.

Draghi disse que os dois países lançarão “novas formas de cooperação” em energia, tecnologia, pesquisa e inovação.

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