Israel x Hamas: Os fundamentos por trás da alta do petróleo no mercado internacional
O sábado (7) ficou marcado pelo início de um conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, que já provocou mais de 1300 mortes na região.
O avanço dos combatentes do Hamas nas cidades israelenses resultou no ataque mais mortal desde os avanços do Egito e da Síria na guerra do Yom Kippur, há 50 anos, e ameaça iniciar outra conflagração no conflito interminável.
Nesta segunda-feira (9), os mercados globais voltaram a suas atenções sobre os reflexos do confronto nos preços internacionais, com destaque para o petróleo.
Com isso, resolvemos conversar com Bruno Cordeiro Santos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, que explicou os fundamentos por trás da alta da matéria-prima.
- Conflito entre Israel e Hamas: Entenda como o cenário de guerra pode mudar o jogo para os mercados, e onde investir para proteger seus investimentos dos riscos geopolíticos.
Por que a guerra em Israel mexe com os preços do petróleo?
Por volta de 14h45, os preços do barril do brent do petróleo com contrato para dezembro de 2023 avançavam expressivos 3,95%, aos US$ 87,92.
O analista da StoneX ressalta que os ataques do Hamas e as contraofensivas de Israel resultaram em preocupações severas no mercado internacional do petróleo.
“Esse temor acontece pela localização do conflito, nós temos importantes produtores de petróleo na região, com foco principal no Irã e Arábia Saudita. Em relação ao Irã, houveram acusações de que o Governo Iraniano está diretamente ligado aos ataques, ainda que não haja confirmações”, explica.
Assim, Santos ressaltou que o primeiro-ministro do Irã, Ebrahim Raisi, apoiou os ataques no sentido de legitimar a defesa dos palestino.
“Essa defesa resultou em fortes receios entre os agentes financeiros, já que o Irã, além de ser um importante produtor, com valores próximos de 2,5 e 3 milhões de barris por dia (2,5% a 3% da demanda global de petróleo), também é estratégico em termos de logística, já que por lá passa o Estreito de Ormuz (localizado entre o Golfo de Omã e Golfo Pérsico), responsável por levar cerca de 20% da produção de petróleo do mundo, que representa cerca de 17 milhões de barris por dia”, analisa.
Por outro lado, Santos afirma que não houve disrupções produtivas ou problemas relacionados ao fluxo de petróleo na região.
“Apesar disso, existem preocupações em relação a possibilidade de disrupções produtivas no Irã, com a possibilidade de retaliações por parte de Israel, assim como por problemas relacionados aos fluxo de petróleo pelo Estreito de Ormuz, que pode desencadear realmente problemas logísticos para oferta de petróleo no mundo”, finaliza.