Israel ataca túneis de Gaza e disparos de foguete de palestinos persistem
Israel usou artilharia e realizou amplos ataques aéreos nesta sexta-feira contra uma rede de túneis de militantes palestinos em Gaza que apelidou de “o metrô” em meio a ataques de foguetes persistentes contra cidades israelenses.
Um porta-voz militar israelense disse que, embora forças terrestres tenham participado da ofensiva de 40 minutos antes do amanhecer, nenhuma delas entrou na Faixa de Gaza, mas as hostilidades entraram no quinto dia sem sinais de diminuição.
Autoridades de saúde do norte de Gaza disseram que uma mulher e seus três filhos foram mortos durante a operação israelense e que seus corpos foram recuperados dos escombros de sua casa.
Levas de foguetes contra o sul de Israel foram seguidas rapidamente por ataques israelenses, o que um porta-voz disse ter incluído artilharia e disparos de tanques de dentro do território israelense.
Os combates mais intensos entre Israel e militantes de Gaza desde 2014 começaram na segunda-feira depois que o Hamas, grupo que comanda o enclave, disparou foguetes contra Jerusalém e Tel Aviv em retaliação pelos confrontos da polícia israelense com palestinos perto da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém.
Ao menos 119 pessoas foram mortas em Gaza, incluindo 31 crianças e 19 mulheres, e 830 ficaram feridas nas hostilidades atuais, disseram autoridades médicas palestinas.
O número de mortos em Israel é de oito: um soldado que patrulhava a fronteira de Gaza, seis civis israelenses –incluindo uma idosa que caiu a caminho de um abrigo nesta sexta-feira e duas crianças– e um trabalhador indiano, informaram autoridades do Estado judeu.
Em partes do norte e do leste de Gaza, o som do fogo de artilharia e de explosões ecoou cedo nesta sexta-feira. Testemunhas disseram que muitas famílias que moram perto da fronteira saíram de casa, algumas buscando refúgio em escolas administradas pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O coronel Jonathan Conricus, porta-voz dos militares de Israel, disse que 160 aeronaves, assim como artilharia e unidades blindadas, “não dentro da Faixa de Gaza”, participaram do que ele qualificou como a maior operação contra um alvo específico desde que os combates começaram.
“O que estávamos mirando é um sistema elaborado de túneis que se estende debaixo de Gaza, principalmente no norte, mas não somente, e é uma rede que os agentes do Hamas usam para se mover, usam para se esconder, como cobertura”, explicou ele em uma entrevista coletiva a repórteres estrangeiros.
As hostilidades atiçam a tensão entre judeus israelenses e a minoria árabe de 21% do país, com a qual aqueles convivem em algumas comunidades.