Isenção do Imposto de Renda: 3 bancos que ganham com medida do governo, segundo Itaú BBA
A isenção do Imposto de Renda para quem ganha R$ 5 mil caiu mal para o mercado, que vê na medida mais gastos. Apesar do governo afirmar que não haverá impactos, muitos ainda possuem ceticismo em como a equipe econômica vai fechar esse quebra-cabeça.
Apesar disso, o Itaú BBA fez os cálculos e vê a proposta como positiva para alguns bancos, principalmente os mais focados na renda baixa.
Segundo os cálculos dos analistas liderados por Pedro Leduc, a medida irá resultar em um aumento estimado de R$ 45 bilhões/ano na renda líquida.
“Esse grupo demográfico tem uma tendência maior de gastar em comparação à poupança, então é provável que vejamos mais gastos com cartão do que depósitos e/ou volumes de crédito”, afirmam.
Nesse caso, o BBA cita três bancos que lucram com a medida: Nubank (NU;ROXO34), Banco Pan (BPAN4) e Bradesco (BBDC4). O BBA estima que dois terços dos empréstimos pessoais e cartões de crédito do Nu são com trabalhadores que ganham até três salários mínimos.
Além disso, a modalidade de empréstimos consignados também pode ter benefícios.
“Com a provável redução de impostos, mais salário líquido significa limites mais altos para empréstimos consignados”, dizem.
Por outro lado, a equipe nota que o pico na curva do CDI está tornando os empréstimos consignados antieconômicos para muitos players no momento.
“Muitos dos clientes de Nu e Pan são trabalhadores informais ou microempreendedores, que não se beneficiarão da isenção fiscal, mas sentirão o impacto da inflação”.
Na outra ponta, o aumento de impostos para quem ganha acima de R$ 50 mil/mês pode prejudicar bancos de alta renda.
“A medida afeta mais profissionais que recebem dividendos isentos de impostos de suas empresas, por exemplo”, afirma.
De acordo com o Itaú, os dados do Banco Central para esta faixa de R$ 50 mil/mês são desafiadores de interpretar, pois o maior intervalo de distribuição de crédito termina com 20 salários mínimos.
No entanto, como referência, esse nível de renda representa 22% do crédito de varejo, com a maior concentração em empréstimos pessoais.
“Grandes bancos tradicionais e plataformas de investimento são os mais expostos a esses segmentos”.