IRB (IRBR3): Investidor sairá prejudicado com grupamento de ações? Veja o que fazer
O IRB (IRBR3) não esperou ser notificado pela B3 para realizar um grupamento de ações com o objetivo de se adequar às regras da dona da Bolsa brasileira. De acordo com o estatuto, uma ação não pode negociar abaixo de R$ 1 por 30 pregões seguidos.
No caso do IRB, faltavam 11 sessões para que a empresa fosse enquadrada. Desde o dia 4 de novembro, o papel opera abaixo de R$ 1, afetado pelos resultados do terceiro trimestre abaixo do esperado.
Mas, para o investidor, o que muda com o grupamento? Na prática, o capital social da companhia continua o mesmo. Segundo analistas ouvidos pelo Money Times, o acionista não será afetado com a medida.
“Do ponto de vista do fundamento, não muda. Não impacta de forma alguma a companhia. Talvez impacte a liquidez na ação, mas seria mais voltado para o trade“, discorre Vitorio Galindo, head de análise da Quantzed.
Já Fábio Sobreira, sócio e analista da Harami Research, coloca que há uma certa ilusão de que a ação ficará mais barata e sem liquidez.
“O movimento é extremante natural. O problema do IRB está longe de ser esse. É má gestão, má informação, principalmente com a fraude contábil que aconteceu lá atrás, e a empresa não vem conseguindo recuperar os resultados”, discorre.
Para João Abdouni, analista da Inv, o investidor não é prejudicado na operação. Porém, é possível ocorrer efeito psicológico de que as ações ficarão caras e, por conta disso, investidores podem vender para derrubar os papéis.
Já Gabriel Gracia, analista da Guide Investimentos, diz que o grupamento é positivo para o IRB se adequar à exigência da B3, porém negativo para o investidor.
“Diminui a liquidez do papel e mostra que a companhia não acredita na valorização no curto prazo”, diz.
O que fazer com IRBR3?
Sobreira não recomenda investir no papel por conta do seu alto grau de incerteza.
“Muita gente torcendo para a empresa crescer, mas a Bolsa não é lugar para torcer, é para escolher boas empresas”, alerta.
Apesar disso, ele coloca que há bons executivos chegando na companhia.
“Pode acontecer até uma recuperação, mas em um espaço de longo prazo, de cinco, 10 anos”, afirma.
Nesta quinta, o papel tombou mais 6,67%, a R$ 0,70.
De acordo com analistas técnicos da XP, o IRB está em tendência de baixa no curto prazo. Abaixo de R$ 0,73, projetaria de R$ 0,62 a R$ 0,51. O papel tem resistências em R$ 0,76 e R$ 0,97.