IRB (IRBR3) em melhor forma? Analistas falam de proximidade da ‘luz no fim do túnel’
O momento do IRB (IRBR3) pode ter mudado, levantam analistas do BTG Pactual. Dois acontecimentos importantes contribuem para a leitura do banco em relação à resseguradora:
- o pagamento de US$ 5 milhões como compensação envolvendo a informação falsa divulgada em 2020 de que a Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett, integraria a base acionária da companhia; e
- os dados financeiros de fevereiro, mês em que a resseguradora apresentou lucro líquido de R$ 14 milhões.
Sobre o acordo firmado com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla em inglês) para dar um desfecho à polêmica envolvendo a Berkshire Hathaway, o BTG avalia que ajudará a reduzir um risco significativo de cauda.
“Ouvimos investidores falando sobre vários ‘tamanhos de multas’ nos últimos seis meses, incluindo números superiores a 10 vezes o valor anunciado hoje, então acreditamos que o acordo ajuda a reduzir um risco significativo de cauda”, afirma a equipe de análise da instituição, em relatório publicado nesta semana.
Em relação ao desempenho de fevereiro, somando o lucro do mês com o resultado de janeiro e multiplicando por 1,5, o BTG chega a uma estimativa de R$ 35 milhões de lucro líquido no primeiro trimestre, 40% acima das estimativas. E, segundo os analistas do banco, o segundo trimestre pode ser ainda melhor, visto que a sinistralidade do segmento rural tem sido melhor do que o esperado (baseado em resultados mensais mais recentes da BB Seguridade [BBSE3]).
“Até o CFO da BB Seguridade destacou em recente reunião conosco que os resultados de 2023 das resseguradoras no setor agro no Brasil devem ser muito melhores do que no ano passado (que foi um ano muito fraco)”, reforçam.
Em melhor forma
Na leitura do BTG, com as sinalizações positivas nos últimos meses, um segundo trimestre potencialmente melhor e uma multa bem abaixo do esperado do DOJ, pode-se dizer que o IRB está em melhor forma.
Embora a visibilidade para uma “lucratividade sustentável” ainda seja pequena, analistas acreditam que a luz no fim do túnel está cada vez mais próxima.
Por ora, o banco segue “neutro” com o IRB, citando mais uma vez a baixa visibilidade, além do balanço esticado.
“Mas não descartamos que a ação continue sua alta vista nas últimas semanas”, finaliza.
O preço-alvo sugerido é de R$ 21, o que representa um potencial de queda de 25,6% sobre o último fechamento.