IRB (IRBR3): Credit Suisse corta preço-alvo e prevê mais prejuízo em 2022
O Credit Suisse cortou o preço-alvo para as ações do IRB (IRBR3), de R$ 5,00 para R$ 3,35, empurrando os papéis para uma queda de 3,7% nesta sexta-feira (4), a R$ 3,14 – a baixa no último ano é de mais de 40%.
O banco também reiterou a recomendação underperform – algo equivalente à venda -, na primeira avaliação da instituição após o balanço do quarto trimestre. Para o Credit, o IRB apresentou resultados de subscrição piores do que o esperado e uma posição de “capital mais apertada”.
Analistas da instituição esperam que o cenário melhore por conta da alta da Selic, que deve elevar as receitas, mas avaliam que a rentabilidade deve continuar impactada no médio prazo, segundo relatório assinado por Marcelo Telles, Daniel Vaz e Bruna Amorim.
A rentabilidade, dizem os analistas, é impactada pela maior dificuldade para acomodar o excedente de capital mais apertado, sinistralidade acima da média, comissão acima da média e redução do crescimento de receita decorrente de critérios mais rígidos para novos contratos.
Projeções para o IRB
O Credit Suisse agora espera um prejuízo líquido de R$ 29 milhões em 2022, ao passo que a última estimativa era de lucro líquido de R$ 350 milhões.
O banco também fala em lucro de R$ 225 milhões em 2023 (6,2% ROE), contra lucro de R$ 570 milhões (14,6% ROE) de projeção anterior.
Para o ano seguinte, os analistas calculam que o lucro do IRB chegue a R$ 408 milhões (11,0% ROE). O ROE de longo prazo foi definido a 14%, 250bps abaixo das últimas estimativas.
“Damos o benefício da dúvida de não precisar de aumento de capital, pois nosso modelo considera taxas de retrocessão mais altas e venda de ativos para ajudar a lidar com a posição de capital mais apertada”, disse a instituição.
O cenário, avalia o Credit, provavelmente limitará a capacidade do IRB de acelerar o crescimento dos negócios e de pagar dividendos no médio prazo.
Balanço do 4T21
Há menos de uma semana, o IRB (IRBR3) informou uma queda de 42,4% prejuízo do quarto trimestre de 2021, a R$ 370,9 milhões.
A administração da resseguradora comentou que o ano de 2021 deveria marcar o fim do período de pandemia iniciado em 2020, com retomada da economia e investimentos, o que para o IRB representaria um ponto de inflexão, com retorno de lucratividade e crescimento.
“Entretanto, enfrentamos um cenário mais adverso do que o planejado, com a pandemia ainda afetando os negócios e, internamente, com sinistros de contratos subscritos antes da mudança da administração em 2020 afetando fortemente os resultados”, disse a empresa.
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