IRB (IRBR3) corre contra o tempo, diz Inter; Veja o que esperar do resultado de amanhã
A situação de capital do IRB (IRBR3) está ficando cada vez mais delicada à medida que a empresa não apresenta bons números, afirma o Inter Research em relatório.
Para o analista Matheus Amaral, o resultado negativo do ano passado trouxe reflexos na suficiência regulatória do IRB, que reduziu de 175% ao final de 2020 para 106% em 2021, ficando sensível a novos prejuízos ao longo deste ano.
“Por tanto, caso a companhia não apresente lucros nos próximos trimestres poderá haver necessidade de reforçar seu capital, o que sugere o risco de aumento de capital para os acionistas”, coloca.
Mas nem tudo está perdido. Na avaliação do Inter, a companhia tem algumas ferramentas para evitar o aumento de capital, como:
- venda de imóveis em um montante de cerca de R$ 300 milhões;
- uso de LPT (loss porfolio transfer) para os contratos em run-off que pode contribuir para redução do risco da necessidade regulatória;
“Nossa expectativa não é muito otimista, já que a venda de imóveis possui desafio de liquidez e o montante pode não trazer tanto conforto, no lado das LPTs os ajustes podem ser benéficos, mas podem pressionar as despesas com retrocessão. Por tanto, a decisão de aumento de capital está condicionada aos próximos resultados”, coloca.
A corretora rebaixou a recomendação do IRB de R$ 5,5 para R$ 3 e espera mais um resultado ruim para a companhia.
O corte, segundo o Inter, se deve a elevação do custo de capital com a atualização das premissas macro econômicas, “além de considerarmos uma redução dos prêmios no exterior, seguindo a estratégia da companhia de representar cerca de 1/3 dos prêmios totais, uma sinistralidade reduzindo, mas ainda consideramos um índice combinado próximo a 100% com o resultado final dependendo mais do resultado financeiro”.
Resultados do primeiro trimestre do IRB
O resultado trimestral do IRB está marcado para ocorrer na próxima segunda-feira (16). O Inter espera um lucro líquido de R$ 78 milhões para a companhia, alta de 53% no ano, e um ROAE (retorno sobre o patrimônio médio) de 8,5%, direcionado principalmente pelo maior resultado financeiro no período com a alta da taxa de juros.
Além disso, o resultado de underwriting deve continuar pressionado pela sinistralidade, que pode ser compensada por instrumentos de LPT, mas por outro lado pressiona as despesas com retrocessão.
“O resultado final deve ser beneficiado pelo efeito não recorrente com o ganho de uma ação judicial no valor de R$ 110,2 milhões”, coloca.
Para 2022, a expectativa é que o IRB apresente uma reversão no prejuízo, puxado pelo processo de re-underwriting, que tem mostrado efeitos positivos na sinistralidade e no melhor controle dos custos operacionais.
“Mas ainda há pressões dos contratos em run-off que não deve-se ignorar e consideramos este ano como decisivo para estratégia se mostrar acertada e os efeitos de cauda reduzirem”, ressalta.
Para a Genial, a empresa deverá ter resultados fracos. Segundo dados da SUSEP, o IRB apresentou um prejuízo de R$ 47 milhões em janeiro e fevereiro. Os resultados foram impactados pela ainda elevada sinistralidade.
“Ainda estamos pouco otimistas com o IRB para 2022. Dentre as razões estão: (i) constante consumo de capital e necessidade de novos aportes; (ii) continuidade dos impactos de contratos descontinuados (efeito cauda); (iii) incerteza em relação ao ROE (retorno sobre patrimônio) de longo prazo; e, (iv) pressão na sinistralidade do seguro rural”, coloca.
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