IRB (IRBR3) caminha para voltar aos trilhos, mas ação ainda não vale compra, avaliam analistas
Analistas que participaram do Investor Day do IRB (IRBR3) saíram do evento com melhores impressões em relação à resseguradora.
Em relatórios, BTG Pactual e Inter Research destacam as impressões positivas em relação à administração atual do IRB, que parece estar trilhando o caminho certo para uma recuperação.
Segundo o Inter, o IRB está dando os passos em direção a “um futuro mais rentável”. Já o BTG está impressionado com a presença de “executivos jovens, mas experientes” no evento.
“Esta energia coletiva significa uma dedicação revigorada para colocar o IRB de volta nos trilhos”, afirma o banco, em relatório da última semana.
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Mudanças e metas sob a nova gestão
A administração sinalizou que o principal objetivo do IRB é garantir a rentabilidade da subscrição, segundo o BTG.
“[Os executivos] disseram que o estágio inicial envolve compreender por que os clientes optam por transferir o risco e compreender as áreas de especialização das seguradoras. Isto é fundamental na subscrição de riscos”, comenta.
De acordo com a instituição, foi unânime o feedback de que os processos atuais são mais robustos e seguem em evolução.
“Com a nova estrutura de gestão, a equipa de precificação tem um papel mais integral, oferecendo insights e participando ativamente no processo de subscrição – uma mudança operacional em relação ao passado”, diz o banco.
Ainda, o BTG destaca que o IRB tem forte foco no mercado local para manter sua liderança no setor e obter 80% da receita do Brasil [meta reforçada pela equipe]. Porém, os mercados latino-americanos e globais continuam importantes e, ao que tudo indica, as equipes especializadas estão alinhadas com diferentes setores verticais para garantir a coerência estratégica.
Na avaliação do Inter, o foco de atuação dos times de subscrição e precificação voltados para a rentabilidade deve trazer efeitos positivos na sinistralidade da companhia, “o que já temos observado nos últimos resultados”.
“Até mesmo no segmento rural – que passou por um ano estressado em 2022 por conta da maior seca registrada no país em 2021 – observamos que o IRB passou por aprendizados que trouxeram diversas mudanças nas estruturas do resseguro”, defende o time de análise da instituição.
IRBR3: analistas continuam com um pé atrás
Apesar de reconhecerem que o caminho positivo que o IRB está traçando, tanto o BTG quanto o Inter não estão seguros o bastante para recomendar a compra das ações da companhia.
O Inter cita os desafios no curto prazo. Segundo a casa, até o fim do ano, a resseguradora deve ver ainda retração nos prêmios.
“Há uma questão para 2024 a ser decidida sobre uma possível nova emissão, desta vez para suportar uma estratégia de crescimento nos prêmios”, acrescenta. A recomendação é “neutra”, com preço-alvo ao fim de 2023 de R$ 36.
No caso do BTG, os analistas seguem com recomendação de venda para o ativo, com preço-alvo de R$ 40, pois não esperam que a recuperação da empresa seja rápida.
“O IRB ainda está encolhendo, o que é ruim para os números de subscrição (principalmente diluição de custos), e porque prejudica sua capacidade de gerar, reinvestir prêmios e produzir resultados financeiros“, afirma.
O banco também acredita que, com o início do ciclo de queda dos juros no Brasil, a recuperação na linha de resultados financeiros não deve acontecer de forma acelerada.
Para completar, o valuation parece pouco atraente – 0,9 vez o valor patrimonial mais recente, mas 2,1 vezes o valor patrimonial ajustado excluindo ativos intangíveis do patrimônio, segundo a instituição.