IRB (IRBR3) cai 14% em agosto; o que fez ação atingir mínima histórica?
O IRB (IRBR3) foi uma das três ações do Ibovespa que mais caíram em agosto. Em mês agitado para a resseguradora, os papéis da companhia acumularam queda de 14,4%.
Nesta quarta-feira (31), a ação recuou 4,65%, a R$ 1,64, renovando mínima histórica.
Além dos resultados trimestrais, o IRB lançou uma oferta pública subsequente de distribuição primária de ações, com esforços restritos de distribuição, e vendeu por R$ 85,3 milhões o edifício em que se localiza a sede da companhia, na Avenida Marechal Câmara, nº 171, no Rio de Janeiro (RJ).
Na noite desta terça-feira (30), o IRB informou que chegou a um acordo extrajudicial com a controladora do Casashopping, localizado no Rio de Janeiro, e receberá R$ 100 milhões. A resseguradora acabou vendendo sua participação de 20% no empreendimento.
O IRB busca levantar recursos para se reenquadrar nos indicadores regulatórios da Superintendência de Seguros Privados (Susep). A companhia registrou ao fim do segundo trimestre do ano insuficiência de capital de R$ 613 milhões, com seu patrimônio mínimo ajustado (índice de solvência).
A empresa teve insuficiência na cobertura de provisões técnicas e liquidez de R$ 730 milhões negativos.
Mercado aguarda precificação do follow-on
O IRB lançou na semana passada o follow-on, com quantidade de ações inicialmente ofertada de 597.014.925 novos papéis, podendo ser acrescida em até 200% – ou seja, até 1.194.029.850 papéis -, totalizando 1.791.044.775 novas ações.
O montante total da oferta, com base no preço de R$ 2,01 por ação, seria de R$ 1,19 bilhão – valor que pode variar para mais ou para menos conforme conclusão do procedimento de bookbuilding.
A emissão de ações adicionais poderá ocorrer caso haja excesso de demanda a um preço por ação inferior ao preço por ação indicado, “mas sempre de maneira que o aumento de capital social observe o limite de R$ 1,2 bilhão“, destacou a companhia, em fato relevante.
Na avaliação do Inter, a emissão pode trazer a solvência do IRB a níveis “levemente acima do mínimo obrigatório”, o que deve suportar as operações e o crescimento da companhia.
Ainda assim, a instituição reforça que o preço de R$ 2,01 por ação não é indicativo do preço da oferta.
“Caso haja maior demanda e a emissão do lote adicional, respeitando o limite de R$ 1,2 bilhão, o valor unitário da oferta pode sair a R$ 0,67 por ação, um desconto de 65% do seu preço de fechamento do dia 26 de agosto (R$ 1,97)”, diz o analista Matheus Amaral.
João Abdouni, analista da Inv, diz que o IRB precisa começar a apresentar resultados mais sólidos. Com mais um prejuízo reportado no segundo trimestre, a companhia pode consumir todo o caixa novamente, repetindo os passos do follow-on realizado em 2020.
Vale comprar IRBR3?
Em relatório publicado no domingo (28), o Inter cortou o preço-alvo da ação do IRB para R$ 2, de R$ 3 anteriormente, mantendo recomendação “neutra”.
Amaral explica que, embora esteja reportando menores índices de sinistralidade e melhores margens de underwriting (efeitos da reestruturação), o IRB foi surpreendido no segundo trimestre do ano por uma causa atípica no segmento do agronegócio, que, por conta de efeitos climáticos, reportou sinistralidade maior no período.
A expectativa de virada nos resultados foi postergada para 2023. No próximo ano, a companhia deve contar com menores efeitos de contratos não-rentáveis e uma sinistralidade normalizada, já que os efeitos atípicos no rural foram por conta do período de seca vivenciado em 2021.
Em agosto, o BB Investimentos rebaixou a recomendação do IRB para “venda”, citando números decepcionantes no segundo trimestre.
Como o Inter, o BB acredita que a recuperação da empresa pode demorar mais do que o previsto.
Confira a seguir as cinco maiores baixas do Ibovespa em agosto:
Empresa | Ticker | Queda |
---|---|---|
Braskem | BRKM5 | -17,01% |
IRB | IRBR3 | -14,14% |
Suzano | SUZB3 | -8,35% |
Vivo | VIVT3 | -7,76% |
Natura | NTCO3 | -7,45% |
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