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IRB (IRBR3) ainda não achou o fundo do poço e pode precisar de capital novo, avaliam analistas

25 fev 2022, 12:17 - atualizado em 25 fev 2022, 12:17
Poço
“O IRB provavelmente ainda precisa de mais tempo para digerir todos os problemas que a antiga administração deixou”, diz um analista (Imagem: Unsplash/ Simon Hurry)

O prejuízo do IRB (IRBR3) caiu 42,4% no quarto trimestre de 2021 na comparação com o mesmo período do ano anterior, a R$ 370,9 milhões, porém bem pior do que esperava o mercado. Os analistas estimavam perdas em torno do intervalo entre R$ 68 milhões e R$ 93 milhões. Segundo eles, parece que a resseguradora ainda não achou o fundo do poço.

A própria administração admitiu isso em seu balanço. O ano de 2021 deveria marcar o fim do período de pandemia iniciado em 2020, com retomada da economia e investimentos, o que para o IRB representaria um ponto de inflexão, com retorno de lucratividade e crescimento.

“Entretanto, enfrentamos um cenário mais adverso do que o planejado, com a pandemia ainda afetando os negócios e, internamente, com sinistros de contratos subscritos antes da mudança da administração em 2020 afetando fortemente os resultados”, aponta a empresa.

“O IRB reportou outro resultado fraco, que continua trazendo uma preocupação sobre quanto tempo deve durar o dano dos contratos antigos. Além disso, não está claro o quão rentáveis são os contratos mais recentes”, avaliam os analistas Luis F. Azevedo, Silvio Dória e Gabriel Pucci do banco Safra.

IRB (IRBR3)
O BTG ressalta que os resultados mais recentes não sugerem que as perdas líquidas devam parar para sempre tão cedo (Imagem: Divulgação)

Henrique Tomaz, do BB Investimentos, aponta que o resultado foi ruim mesmo diante de um cenário negativo já esperado, e cita que o prejuízo só não foi maior por conta de seu resultado financeiro positivo que veio da utilização de benefícios fiscais advindos de impostos diferidos.

“O índice de sinistralidade continua muito alto, pois a empresa continua lutando por causa de antigas apólices emitidas durante a administração anterior, que está sendo acusada de fraudes e muitas outras irregularidades. Diferente dos trimestres anteriores, o IRB também queimou muito dinheiro desta vez. A combinação desses eventos também significa deterioração dos índices de liquidez e solvência. Pelo que entendemos, a situação parece ruim”, destacam Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel do BTG Pactual.

O BTG ressalta que os resultados mais recentes não sugerem que as perdas líquidas devam parar para sempre tão cedo.

“O IRB provavelmente ainda precisa de mais tempo para digerir todos os problemas que a antiga administração deixou em seu rastro. Mas, por outro lado, precisa continuar crescendo para construir um livro mais limpo e novo para gerar resultados futuros. E para isso, talvez precise levantar mais capital”, pondera.

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